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ENAJ

Encontro na Casa Dom Luciano reúne mais de 300 assessores jurídicos de dioceses do Brasil

O ENAJD é promovido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e nessa edição participam mais de 300 advogados que atuam junto às dioceses brasileiras.
 |  CNBB  |  Igreja no Brasil

Teve início nessa terça-feira, 17 de setembro, o 2º Encontro Nacional de Assessores Jurídicos de Dioceses (ENAJD), na Casa Dom Luciano Mendes de Almeida, em Brasília (DF). A iniciativa segue até o dia 19 de setembro e acontece de forma concomitante com o Seminário sobre a Laicidade do Estado, que será realizado no período noturno.

O ENAJD é promovido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e nessa edição participam mais de 300 advogados que atuam junto às dioceses brasileiras. A programação aborda as principais questões jurídicas que desafiam a missão desses profissionais na atualidade.

Compuseram a mesa de abertura do evento o Núncio Apostólico no Brasil, dom Giambattista Diquattro; o segundo vice-presidente da CNBB, dom Paulo Jackson, e o assessor jurídico-civil da CNBB, Hugo Cysneiros. A aula magna, cuja temática tratou sobre a parceria entre as Organizações Religiosas e o Estado, foi ministrada pelo ministro-substituto da Advocacia Geral da União (AGU),  Flavio Jose Roman.

Em entrevista ao portal da CNBB, o ministro-substituto da AGU destacou que no encontro teve a oportunidade de apresentar a Advocacia Geral da União como propagadora da ideia da laicidade do Estado.

E que a sua exposição na aula magna buscou “evitar determinados mal entendidos de que o estado por meio da ideia de laicidade não se aproxima das entidades religiosas”. Para ele, há mecanismos institucionais e legais para se fazer uma irmandade em prol não só da religiosidade, mas principalmente em prol da promoção de benefícios sociais.

“Não é uma ideia de enfretamento ou de contraposição à religiosidade, não! A religiosidade é acolhida pela nossa ordem constitucional desde o preâmbulo e, desde 2014, se reconheceu a força do voluntariado ligado às entidades religiosas, então a partir do marco regulador das organizações da sociedade civil a gente teve a possibilidade de utilizar essa estrutura das entidades religiosas como uma parceira do próprio estado, então por meio dessas parcerias esses serviços de assistência social, muitas vezes até voltadas à promoção da educação também podem ser utilizados pelo próprio estado, por meio dessas parcerias, para alcançar maior número de pessoas”, explicou.

Além da aula magna, o dia também foi reservado a um painel sobre “Noções Gerais do Procedimento Canônico e os Delitos Econômicos”, com o padre Valdinei Ribeiro.

O assessor jurídico-civil da CNBB, Hugo Cysneiros, esclareceu que os temas trazidos pela manhã são relacionados ao dia a dia dos advogados e das assessorias jurídicas das dioceses. E que ao longo do encontro serão tratadas questões referentes à parceria com o poder público, assuntos tributários, trabalhistas e também “toda uma formação que diz respeito aos procedimentos canônicos que se comunicam com determinados processos de natureza civil ou mesmo criminal”.

“Reunimos aqui cerca de 310 pessoas com uma representatividade que é muito própria da Igreja, com toda sua pluralidade, pessoas de várias partes do país, trazendo também consigo os testemunhos de uma igreja que é variada e que vive realidades mais distantes”, finalizou.

Claudia Maurício Silva, advogada e Defensora do Vínculo nos Tribunais Eclesiásticos de Niterói e Rio de Janeiro, é uma das participantes do encontro. Ela destacou que se sentiu muito motivada, em especial porque acha sensacional discutir a integração, a união e o diálogo entre o estado e a Igreja.

“O tema Brasil-Santa Sé está na minha veia porque esse é o tema também do meu doutorado, então vir à Brasília aprender com essa experiência, com profissionais estudiosos do Acordo Brasil Santa Sé é sempre uma oportunidade, contou.