Em Domingo de Ramos, bispo destaca amor, solidariedade e cuidado com a Casa Comum
Na manhã do último domingo, 13 de abril, a Catedral Sagrada Família celebrou com grande fervor o Domingo de Ramos da Paixão do Senhor. A celebração foi presidida por Dom Valdir José de Castro, ssp, bispo diocesano, e teve início na praça próxima ao Centro Pastoral, onde uma multidão de fiéis, com ramos nas mãos, aguardava com alegria o início da procissão.

Após a acolhida e bênção dos ramos, cerca de mil e quinhentas pessoas seguiram em procissão até a Catedral Sagrada Família, animadas por cantos. A celebração da Eucaristia teve início às 10h e foi transmitida ao vivo pelas redes sociais da Diocese, alcançando também muitos fiéis que acompanharam de casa este momento tão especial.
Em sua homilia, Dom Valdir destacou a essência do Evangelho proclamado e conduziu a assembleia a refletir sobre o verdadeiro sentido da Paixão de Cristo. “Não transformar a Paixão de Jesus em um espetáculo é essencial”, alertou o bispo. “É algo real, concreto: é o Filho de Deus que se entrega ao projeto do Pai até as últimas consequências, por amor.”
Com profunda sensibilidade pastoral, Dom Valdir recordou o gesto do bom ladrão, que reconhece a inocência de Jesus e sua missão salvífica: “O bom ladrão compreendeu. Ele disse: 'Nós fizemos o mal e estamos pagando, mas Ele não fez nada de errado.' E Jesus promete a ele o Paraíso.” Um ensinamento que, segundo o bispo, nos convida a reconhecer a entrega amorosa de Cristo e a nos espelharmos nesse amor que perdoa até mesmo quem o crucificava.

Ainda em sua mensagem, Dom Valdir exortou os fiéis a abrirem as portas do coração para acolher Jesus e viver concretamente o mandamento do amor: “Assim como Jerusalém abriu suas portas, abramos também nosso coração para que Ele venha habitar em nós.” Ele reforçou que seguir Jesus é assumir o amor como lei de vida, um amor que vai além dos limites humanos e abraça até mesmo os que nos fazem mal.
Durante a homilia, Dom Valdir também recordou a Campanha da Fraternidade 2024, que nos convida a contemplar a criação com os olhos da fé e do cuidado. Em sintonia com a encíclica Laudato Si’, do Papa Francisco, o bispo reforçou que a ecologia integral não é um tema isolado, mas profundamente enraizado no Evangelho. “Muitos acham que natureza e fé não têm ligação, mas basta olhar para os Salmos: a criação inteira louva ao Senhor. A terra, as águas, os ventos... tudo bendiz a Deus. Por isso, cuidar do meio ambiente também é um ato de amor, uma expressão concreta de conversão”, afirmou. E concluiu: “Proteger a Casa Comum é proteger a vida, é reconhecer que tudo está interligado, que tudo é dom de Deus, e que o amor deve alcançar não só o outro, mas também a terra que habitamos.”
Ao final da celebração, o bispo recordou que a cruz não é o fim, mas o caminho para a vida plena: “A vida de Jesus não termina na cruz. Ele passa pela cruz para vencer a morte. Sigamos com esperança, como peregrinos que avançam com os olhos fixos em Cristo.”
Que este Domingo de Ramos inspire toda a comunidade diocesana a viver intensamente esta Semana Santa, aprofundando-se no mistério da paixão, morte e ressurreição do Senhor, e a renovar o compromisso com o amor, a solidariedade e a esperança.