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Jubileu dos Sacerdotes e Diáconos

Jubileu dos Sacerdotes e Diáconos reúne clero da Diocese na Solenidade do Sagrado Coração de Jesus

No Ano Jubilar, o clero diocesano reafirma sua vocação ao serviço do povo de Deus, guiado pela esperança e pela misericórdia.
 |  Andrea Rodrigues  |  Diocese

Na sexta-feira, 27 de junho, a Igreja celebrou solenemente o Sagrado Coração de Jesus, e, como acontece anualmente, também foi marcada a Jornada Mundial de Oração pela Santificação dos Sacerdotes. Instituída por São João Paulo II em 1995, essa jornada convida todo o povo de Deus a rezar de forma especial pela vida e pela santidade dos presbíteros.

Neste Ano Jubilar da Esperança, a Pastoral Presbiteral da Diocese de Campo Limpo escolheu a data para celebrar também o Jubileu dos Sacerdotes e Diáconos, reunindo o clero diocesano na Catedral Sagrada Família para uma manhã de fraternidade, formação, espiritualidade e comunhão.

Fraternidade e formação: início do dia jubilar

A programação teve início às 8h, com um café da manhã fraterno no espaço externo da Cúria Diocesana, fortalecendo os laços entre os padres e diáconos que atuam nas nove foranias da diocese.

Em seguida, no Auditório São Paulo Apóstolo, o cônego Celso Pedro conduziu uma palestra formativa sobre a esperança à luz do ministério presbiteral, tema central do Ano Jubilar. O palestrante, biblista renomado, foi professor de muitos dos presentes e tem uma longa trajetória no ensino teológico e na animação pastoral da Igreja no Brasil.

Durante sua fala aos presbíteros, o cônego Celso Pedro destacou a esperança como uma marca essencial da vida cristã, especialmente no contexto do Ano Jubilar da Esperança. Segundo ele, embora todos enfrentem dificuldades e tribulações, a esperança é uma graça de Deus que consola e fortalece os corações.

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Cônego Celso Pedro. — Imagem: Andrea Rodrigues.

“A alegria é própria da pessoa cristã”, afirmou o cônego, explicando que a verdadeira esperança não se baseia em ilusões humanas, mas na certeza do amor e da fidelidade de Deus.

Inspirando-se em São Paulo, lembrou que “a esperança não decepciona” (Rm 5,5), pois aponta para as realidades eternas, sustentando os cristãos em sua caminhada.

Ele também advertiu que a ausência de esperança pode levar ao desespero, especialmente quando a vida não está alicerçada no amor e na comunhão com Deus.

Caminhada penitencial e celebração jubilar

Por volta das 10h30, com todos os presbíteros e diáconos já paramentados, teve início a caminhada penitencial rumo à Catedral Sagrada Família. Dom Valdir José de Castro, ssp, bispo diocesano, conduziu o momento e convidou os presentes a peregrinar com espírito orante.

A procissão foi marcada por salmos e o cântico da Ladainha de Todos os Santos deram o tom de oração e recolhimento. Organizados em duplas, os mais de cem membros do clero preencheram o estacionamento e o pátio da catedral.

Na porta da Catedral, Dom Valdir acolheu a assembleia e, erguendo a Cruz Peregrina, proclamou: “Salve, Cruz de Cristo, única esperança”. Já no interior da igreja, dirigiu-se à fonte batismal para abençoar a água e aspergir todos os presentes, num gesto de purificação e renovação espiritual.

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Dom Valdir no momento da homilia. — Imagem: Andrea Rodrigues.

Em sua homilia, Dom Valdir destacou três caminhos que, segundo ele, devem conduzir o ministério dos padres e diáconos, especialmente neste tempo de jubileu: comunhão, misericórdia e compaixão.

Partindo da imagem do Sagrado Coração de Jesus, ele exortou os ministros ordenados a se aproximarem do Senhor antes de tudo como ovelhas sedentas de amor, e não apenas como pastores: “Antes de sermos pastores, somos ovelhas. Antes de sermos mestres, somos discípulos.”

O bispo sublinhou que a verdadeira comunhão começa no presbitério e é aprendida da Trindade. Disse que “só experimentando o amor de Deus é possível apascentar as ovelhas” e que a comunhão precisa ser visível entre os próprios padres, pois o povo também aprende dela por meio do testemunho.

Falando sobre misericórdia, Dom Valdir alertou para a necessidade de superar ressentimentos e curar desentendimentos: “Sem misericórdia não crescemos no amor e na comunhão. É preciso nos libertar para nos aproximarmos uns dos outros.”

Por fim, chamou à compaixão, ressaltando que ela nasce quando reconhecemos nossas próprias feridas: “Só quem se permite olhar para suas feridas é capaz de entender a dor do outro.”

Concluindo, afirmou que os ministros ordenados não podem se tornar “funcionários do sagrado”, mas viver com autenticidade e esperança sua vocação: “Fomos chamados pela graça. Deixemo-nos tocar por Deus para sermos sinais vivos de Seu amor.”

Motivação

De forma criativa e bem-humorada, o padre José Nelson, pároco da Paróquia São José, em Paraisópolis, recorreu à linguagem do cordel para envolver a assembleia. Em versos rimados, lembrou que o ministério ordenado deve sempre permanecer unido ao Coração Sagrado de Jesus. Com simplicidade e poesia, convidou todos os presentes a rezarem juntos a Oração do Jubileu da Esperança.

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Padre José Nelson, homenageia os irmãos de presbitério com uma poesia de cordel. — Imagem: Andrea Rodrigues.

A celebração foi um momento profundo de renovação vocacional e espiritual, em que padres e diáconos puderam reafirmar seu compromisso com a missão confiada por Cristo. No coração da Igreja, à luz do Sagrado Coração de Jesus, a esperança se fez viva — esperança que sustenta, transforma e envia.