Formação permanente para o clero reúne padres da Região Episcopal 3

A Região Episcopal 3, que abrange as foranias M’Boi Mirim e Mirim-Guaçu, totalizando 26 paróquias, se reuniu nesta quinta-feira (21) para mais uma etapa da formação permanente, no Santuário Bom Jesus de Piraporinha. O encontro começou cedo, às 8h, com um café da manhã que abriu espaço para a convivência fraterna entre bispo, presbíteros e diáconos permanentes.
Entre os presentes estavam Dom Valdir José de Castro, bispo diocesano, e o monsenhor Luís Carlos Parede, Vigário Episcopal da região e organizador da atividade. “O padre sinodal é pastor e pastor é aquele que conduz o rebanho ao pasto. E esse pasto é o alimento espiritual, que é Deus, mas é também o encontro das pessoas com o bem, com o espírito missionário de todo batizado”, destacou Dom Valdir na abertura.

A preocupação com a formação não é apenas um detalhe organizativo, mas parte da missão da Igreja desde o Concílio Vaticano II. Para o coordenador de pastoral da Diocese, padre Ezaques Tavares, reservar tempo para essa experiência é um desafio necessário. “Vivemos tempos em que tudo precisa ser muito rápido e as respostas urgentes. Parar para refletir e encontrar os irmãos no presbitério é fundamental”, disse.
Ele também incentivou os padres a motivarem as comunidades a participarem da escuta proposta pelo subsídio Caminhar Juntos, lançado no sábado (16), em preparação para o 7º Plano Diocesano de Evangelização. “Usem os encontros como espaço de avaliação, apontando necessidades e melhorias para as pastorais, em vista da construção do Plano”, orientou. O sacerdote explicou ainda a metodologia de aplicação e o envio dos resultados ao Setor Pastoral.
Um segundo momento foi conduzido pelo padre Alfredo da Veiga, psicólogo e assessor da formação, que trouxe uma reflexão inspirada no pensamento do filósofo Emmanuel Lévinas. Falando sobre a saúde integral do presbítero, sublinhou que o ministério só encontra sentido na relação com o outro: “Ser presbítero é estar voltado para o outro, viver a lógica do encontro. A vocação se revela no vínculo. O outro é lugar de cura”.
A proposta da formação permanente também dialoga com o magistério do Papa Francisco, que insistiu na necessidade de um processo contínuo, humano e integral. Em um discurso de fevereiro de 2024, o pontífice ressaltou que formar sacerdotes é, acima de tudo, servir: “Significa colocar o outro no centro, evidenciar seus dons, mas também suas feridas, acompanhando-o nas dificuldades e apoiando-o nos desafios pastorais”.
Assim, a formação permanente se afirma não como mera atualização de conteúdos, mas como caminho vital, que sustenta o ministério e fortalece a missão de toda a Igreja.
