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Festa da padroeira

Nossa Senhora das Dores é festejada com procissão, Santa Missa e pizza frita

A cidade de Juquitiba parou na sexta-feira, 15 de setembro, para celebrar com grande festa a padroeira, Nossa Senhora das Dores.
 |  Andrea Rodrigues  |  Paróquias

A cidade de Juquitiba é conhecida por suas tradições religiosas e culturais, e uma das celebrações mais aguardadas do ano é a festa de Nossa Senhora das Dores, padroeira da Igreja matriz e do município que se destaca na prática do ecoturismo e do turismo de aventura, como o conhecido rafting no Rio Juquiá.

A festa, celebrada no dia 15 de setembro, reuniu centena de moradores para homenagear e expressar sua devoção a Nossa Senhora com o título “das Dores”.

Para a comemoração, uma emocionante procissão foi organizada pelas ruas da cidade, às 16 horas, com centena de fiéis que, carregaram com alegria o andor, estandartes e flores em honra a Nossa Senhora das Dores. À tarde de clima ameno, deixou a atmosfera carregada de espiritualidade e fé e à medida que a procissão avançava pelas ruas o som dos cânticos e orações ficavam mais fortes. Participou o diácono permanente e colaborador da pároquia Pedro Schmickler.

Após a procissão, de cerca de um quilometro, os fiéis se reuniu na comunidade matriz para a Santa Missa. A igreja ficou repleta, todos ansiosos para receber as bênçãos e agradecer as graças alcançadas através da intercessão da padroeira.

A celebração foi um momento de reflexão e comunhão, e em sua homilia, o pároco, padre Sebastião Gomes Neto explicou: “Nossa Senhora recebeu vários títulos, entre eles esse tão importante, Nossa Senhora das Dores. Quem é que gosta de dor? O maior medo do ser humano, depois do medo da morte, é o medo da dor. As dores não são somente aquelas físicas, mas aquelas que por vezes nos incomodam na alma. Temos o privilégio de ter como padroeira Nossa Senhora das Dores, um título forte que, nos encoraja na caminhada. Maria teve o coração ferido ao ver seu Filho morto na Cruz, quanta dor! Ele nos ensina e nos ajuda a enfrentar os desafios doloridos das nossas vidas”.

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Padre Sebastião fala sobre a devoção com que se honra o sofrimento de Maria. — Imagem: Andrea Rodrigues.

Padre Sebastião falou ainda das Sete Dores de Maria, devoção com que honramos o sofrimento de Maria acolhido livremente na redenção mediante a cruz. Falou ainda sobre as promessas nas revelações de Santa Brígida: “que lhe prometeu conceder sete graças a quem rezar todos os dias sete ave-marias em honra das suas sete dores meditando a seu respeito”.

No entanto, a festa da padroeira de Juquitiba não se limitou apenas a procissão e celebração. Após a missa, o pátio em torno da matriz se transformou em um local de confraternização. Uma das tradições mais pedidas, na ‘mini-quermesse’, pelos moradores é a já tradicional pizza frita. Famílias se reúnem e esperam até 40 minutos para saborear a iguaria, compartilhar histórias e fortalecer os laços de amizade. A tradição continua a unir as gerações, transmitindo os valores e a identidade da cidade aos mais jovens.

Origem da pizza frita

O casal José Jarbas Bittencourt Ferreira e Wilse Beatriz Lima Ferreira, antigos moradores da cidade de Volta Redonda, Rio de Janeiro, chegaram a Juquitiba no final da década de 1990 e trouxeram na mala uma receita que ficaria famosa entre os Juquitibenses. Já participantes da comunidade, na reunião em preparação para a festa da padroeira de 1998, sugeriram introduzir a pizza frita no cardápio da festa, já no primeiro ano, foi um tremendo sucesso e hoje é o carro chefe das comemorações.

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Voluntárias trabalham na fabricação da pizza frita com massa feita na hora. — Imagem: Andrea Rodrigues.

A pizza frita é bem parecida com uma fogazza, mas a massa, feita literalmente na hora – não pode ser deixada descansando sob o risco de estourar na hora do preparo – é macia e embora frita, fica bem ‘sequinha’. Para preparar massa, recheio e executar a fritura, mais de dez pessoas trabalham na cozinha em um ritmo frenético e a quantidade em unidades para as festas é expressiva, no festa da padroeira deste ano foram feitas em torno de quatrocentas unidades.

A receita segue ‘secreta’ tudo para manter a tradição de ser transmitida de geração para geração durante os festejos.

Essa celebração é verdadeiramente significativa para a comunidade local e mantém viva a rica herança cultural e religiosa de Juquitiba.