Retiro Vocacional proporciona tempo de escuta e aprofundamento do chamado de Deus

Nos dias 3, 4 e 5 de outubro, a Casa da Juventude, em Taboão da Serra (SP), recebeu 14 jovens para o Retiro Vocacional 2025, com reflexões desenvolvidas a partir do tema central “Peregrinos porque chamados”, em unidade com a temática proposta pela Igreja no Brasil para o Mês Vocacional (vivido no último mês de agosto) e o lema do Ano Santo Jubilar (Peregrinos da Esperança).
Os vocacionados, provenientes de diversas Paróquias da Diocese, vivenciaram uma intensa programação de pregações e momentos de “deserto” para reflexão pessoal. Também houve espaço para partilhas, convivência fraterna e orações, sobretudo a Santa Missa e a recitação da Liturgia das Horas.
Organizado pela Pastoral Vocacional, sob coordenação do Assessor Diocesano, Pe. Rodolfo Camarotta, o retiro deste ano contou com a participação somente de rapazes, com idades entre 16 e 34 anos e que trilham um caminho de discernimento à vocação sacerdotal.

Os jovens foram acolhidos na noite de sexta-feira, 3, com um momento inicial de oração, seguido do jantar. Depois, foram à sala de palestras para as orientações gerais para a boa vivência do retiro. O dia terminou com as Completas (Oração da noite), na Capela.
Além da Equipe da Pastoral Vocacional Diocesana, leigos de algumas paróquias e os Seminaristas Propedeutas colaboraram com a preparação e organização de todo o retiro.
Inspirações vocacionais: São Francisco e os Evangelhos
A programação do sábado, 4 de outubro, memória litúrgica de São Francisco de Assis, começou com a Santa Missa presidida pelo Reitor do Seminário Propedêutico Sagrada Família, Pe. Rodrigo Antônio. Em sua homilia, apresentou a vida do santo como modelo de escuta e resposta ao chamado divino, acrescentando que, no caminho vocacional, mais importante que as habilidades pessoais é a graça de Deus, que olha cada vocacionado para além de suas capacidades.
Ao longo do dia, as pregações propostas trataram a temática vocacional à luz de diferentes passagens dos Evangelhos. Na primeira colocação, o Reitor do Seminário Nossa Senhora Aparecida, Pe. Marcos Patrício, destacou a necessidade de se ter uma atitude concreta de resposta, a partir do convite de Jesus: “Vinde e Vede” (Jo 1,39). “É preciso se dispor à experiência de caminhar com Jesus, pois é neste percurso que nós o conhecemos melhor, à medida que também nos abrimos a Ele”, pontuou.
O sacerdote ressaltou ainda a importância da pertença à comunidade e da convivência no seminário como fatores determinantes para a formação dos futuros presbíteros da Igreja. “Não existe vocação que não tenha origem em uma comunidade, no serviço ao Povo de Deus. E a vida no Seminário é fundamental para se crescer na fraternidade e na compreensão de que ninguém será padre sozinho, isolado”, explicou.

A segunda pregação do dia, conduzida pelo Diretor de Estudos do Seminário, Pe. Marco Antônio Schettini, levou os vocacionados a entenderem o chamado como a “pérola” e o “tesouro” a serem descobertos e pelos quais vale a pena abrir mão de todo o restante para possuir tais bens. Acrescentou ainda que “Jesus fala a cada um de nós de forma muito próxima, pois o seu convite é dirigido a pessoas, não a coisas”.
A Irmã Teresinha Cota ministrou a última palestra do sábado e motivou os participantes do retiro a caminharem decididamente rumo à concretização do chamado divino em suas vidas, assim como os discípulos de Emaús, que retomaram o caminho após o encontro com Jesus. A religiosa incentivou ainda os jovens a serem verdadeiramente amigos do Senhor, sobretudo através da vida de oração, indispensável no itinerário de discernimento vocacional.
No final da tarde, os vocacionados participaram da Oração das Vésperas e, em seguida, fizeram uma breve visita ao Seminário Propedêutico. O dia terminou com um momento de partilha, o jantar e a exibição do filme “Papa João Paulo I, O Sorriso de Deus”.
Missionariedade e projeto de vida
O domingo, 5 de outubro, começou com a Oração das Laudes, na Capela. Depois, na sala de palestras, o Irmão Maicon, da Comunidade Católica Mar a Dentro, retomou a temática da vocação a partir das “Parábolas do Reino” (Evangelho de Mateus, cap. 13), destacando que “fazer a vontade de Deus é uma constante luta contra as próprias vontades”. Acrescentou ainda que “a vocação tem a característica da preciosidade, de algo que é cultivado e descoberto no tempo certo”.
O retiro também contou com a colaboração de leigos nas palestras, como a do educador Henrique de Castro, que ressaltou o aspecto missionário da vocação. “Quem valida o nosso chamado é a comunidade que nos recebe, ou seja, a Igreja”, explicou, a partir da referência ao Evangelho no qual Jesus envia os 72 discípulos em missão.
Concluindo a programação de pregações, a Irmã Antônia, religiosa da Congregação das Irmãs Franciscanas da Divina Providência, e a leiga consagrada Eliana, da Comunidade Mar a Dentro, conduziram os vocacionados em um momento de dinâmica sobre os Projetos de Vida.
Presença do Bispo Diocesano
Dom Valdir José de Castro, ssp, Bispo Diocesano, também marcou presença no Retiro Vocacional. No domingo, almoçou com os jovens, conversou com eles e com os membros das equipes envolvidas na organização e, à tarde, presidiu a Santa Missa que concluiu o encontro, concelebrada por Pe. Rodolfo Camarotta e Pe. Rodrigo Antônio.

Em sua homilia, Dom Valdir explicou que a vocação cristã é, em sua essência, missionária e que as chamadas vocações específicas, como à vida sacerdotal, por exemplo, devem levar em conta essa característica. “Uma vez batizados, somos chamados a ser discípulos missionários. Quando fazemos uma verdadeira experiência de Jesus, Ele nos envia”, explicou. “O padre que, acredito, o Senhor me chama a ser, deve olhar a realidade ao seu redor, entrar nas casas, ir em busca das pessoas, visitar as famílias, ser missionário na própria paróquia”, completou, falando mais diretamente aos vocacionados.
Comprometimento com o chamado
Ao término da Celebração Eucarística, Pe. Rodolfo Camarotta, Assessor da Pastoral Vocacional Diocesana, agradeceu a presença de Dom Valdir e, na sua pessoa, ao apoio da administração diocesana na realização do retiro. Expressou ainda a sua gratidão a todas as pessoas que se empenharam na organização do encontro, em todas as suas etapas.
Para o Assessor, o retiro atingiu as expectativas e, ano a ano, se consolida como espaço no qual os vocacionados expressam o seu comprometimento em discernir o chamado de Deus em suas vidas. “É um tempo de escuta, de avaliar possibilidades, de colocar a própria vontade diante da vontade de Deus. Foi um momento muito produtivo, frutuoso, houve uma integração muito bonita e que também ajuda esses jovens a perceberem o tamanho da diocese e das diversas realidades que comporta”, avaliou.
Este foi o segundo ano consecutivo em que se retomou a proposta de fazer o Retiro Vocacional ao longo de um final de semana. Embora a presente edição tenha tido apenas a participação de rapazes, o encontro é normalmente aberto às moças interessadas em discernir uma possível vocação à vida consagrada.
A Pastoral Vocacional Diocesana também tem o cuidado de, seja no retiro ou nos encontros mensais realizados no decorrer do ano, tratar o tema da vocação sempre de forma abrangente, sem se limitar às vocações de especial consagração.

Experiências compartilhadas
Alguns vocacionados partilharam suas percepções e experiências em relação ao Retiro Vocacional: “Foi um encontro muito especial com Deus, no qual tive essa proximidade e a percepção sobre a minha vocação, sobre o querer Dele em minha vida. Foi uma experiência muito boa e agradável”
(Jean Silva, 20 anos – Paróquia São Miguel Arcanjo – Forania Itapecerica da Serra)
“O retiro foi um momento único e especial, porque eu nunca tive, de fato, essa experiência. Pude fazer questionamentos que vão me auxiliar muito nesse caminho vocacional”
(Jean Santos, 17 anos – Paróquia Santa Otília – Forania Embu)
“Foi um momento muito bom para a gente parar, conversar e rezar junto com outros irmãos, em fraternidade. Foi um momento para amadurecer o discernimento vocacional”
(João Pedro Barbosa, 17 anos – Paróquia São Vicente de Paulo e São Tiago Apóstolo – Forania Embu)
“No retiro, tive a oportunidade de me reconhecer, de me colocar diante de Deus e conhecer a vocação a que Ele me chama. Foi muito bom, uma experiência maravilhosa”
(Jonathan Estêvão, 20 anos – Paróquia São Vicente de Paulo e São Tiago Apóstolo – Forania Embu)
“O retiro ajudou muito a entender a minha espiritualidade e a me questionar qual seria a minha vocação e quem eu realmente sou diante de Deus”
(Vinícius Nobre – Paróquia São Miguel Arcanjo – Forania Itapecerica da Serra)