Dom Ângelo Ademir Mezzari
No mês de agosto, a Igreja no Brasil celebra o Mês Vocacional. Para falar sobre este tema, o Jornal Diocese em Ação foi recebido por Dom Ângelo Mezzari em seu escritório, na sub-cúria da Região Episcopal Ipiranga, da Arquidiocese de São Paulo. Desde abril de 2023, Dom Ângelo é presidente da Comissão Episcopal para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Com um sorriso e bom humor, Dom Ângelo destacou a vocação como uma das mais belas descobertas da vida, refletindo o projeto de Deus em cada um de nós. Ele compartilhou como essa vocação se manifestou em sua própria vida. Formado em jornalismo, Dom Ângelo utiliza suas habilidades comunicativas para propagar o Evangelho e oferecer orientação crucial para o discernimento vocacional de todos os batizados.
Dom Ângelo, religioso rogacionista, cuja congregação tem como carisma a oração pelas vocações, tem vasta experiência na Pastoral Vocacional no Brasil. Entre 1990 e 2010, ele colaborou intensamente com a Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e Vida Consagrada da CNBB e participou ativamente dos congressos vocacionais do Brasil. Ele também exerceu funções significativas como diretor-tesoureiro da União Cristã Brasileira de Comunicação (UCBC) de 1983 a 1988 e como presidente do Conselho Municipal de Assistência Social (COMAS) em São Paulo, de 2000 a 2002.
Em 8 de julho de 2020, Dom Ângelo foi nomeado bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo pelo Papa Francisco. Sua ordenação ocorreu em 19 de setembro do mesmo ano, sendo acolhido na Região Episcopal Ipiranga em 4 de outubro.
1 – Como foi o início da sua jornada no seminário e o que influenciou sua escolha pelo carisma dos Rogacionistas do Coração de Jesus?
Eu ingressei no seminário em Criciúma, Santa Catarina, onde estava a congregação dos Rogacionistas do Coração de Jesus. Eu era muito pequeno, tinha apenas 11 anos quando entrei. Meu pai me levou para o seminário mais próximo, que era dos Rogacionistas. Decidido eu já estava, eu queria ser padre.
Minha entrada no seminário e a escolha do carisma foram, de certa forma, uma grande providência de Deus. Nasci em Forquilhinha, que na época era uma pequena comunidade, onde figuras importantes como Dom Paulo Evaristo Arns, Dom Leonardo Steiner, e Zilda Arns também nasceram. Após meu ingresso no seminário, segui com meus estudos e vivi toda a minha vida religiosa como Rogacionista. Ao longo do tempo, assumi várias funções, inclusive fui provincial e superior geral.
2 – Como você descreve a importância do carisma do Rogate e a sua origem, especialmente em relação ao mandato evangélico de rezar pelas vocações?
O carisma do Rogate, que vem de Santo Aníbal Maria de França, que morreu em 1927, é uma inspiração evangélica que ganhou grande importância, especialmente após o Concílio Vaticano II. Este carisma se baseia em passagens do Evangelho, como Mateus 9, 35-38 e Lucas 10, 2-4, onde Jesus, ao ver a multidão cansada e abatida como ovelhas sem pastor, sentiu compaixão e disse aos discípulos: "Rogai ao Senhor da messe que envie operários para sua messe".
Nosso fundador, nascido em 1851, teve essa inspiração por volta de 1870/80, questionando por que a Igreja não levava a sério esse mandato evangélico, que é, na verdade, um mandamento de oração pelas vocações. A consciência de que este é um mandamento demorou muitos séculos para se consolidar na Igreja. Não se trata apenas de uma simples exortação ou indicação, mas de um compromisso de toda a Igreja.
Foi assim que nosso fundador criou a congregação masculina e uma congregação feminina, as Filhas do Divino Zelo. Ao longo da minha vida aprendi a amar esse carisma, pois o pedido de "rogai ao Senhor da messe que envie operários para a sua messe" mostra a necessidade na evangelização. Se não rezarmos e trabalharmos pelas vocações, a missão não se sustenta, pois a vocação é um dom, uma graça que depende também da nossa colaboração em oração e compromisso. De coração, mente e espírito, eu sou Rogacionista do Coração de Jesus.
3 – Quais são as principais dimensões do carisma rogacionista e como elas se manifestam na atuação da congregação dentro da Igreja?
Como rogacionistas, nosso carisma na Igreja se manifesta em três dimensões principais: oração e espiritualidade, cultura e consciência vocacional, e a ação prática como bons trabalhadores da messe.
A primeira dimensão é a oração e a espiritualidade. Nossa vida litúrgica e espiritual é profundamente centrada na oração pelas vocações. A oração é essencial para a Igreja, e como rogacionistas, nosso compromisso inicial na animação vocacional é rezar pelas vocações. Isso é algo que todas as igrejas fazem, como evidenciado pelo Mês Vocacional, dedicado à oração pelas vocações.
A segunda dimensão é promover uma cultura e consciência vocacional. É nossa responsabilidade ajudar a Igreja a assumir essa tarefa, rezar e promover as vocações. Nós, como rogacionistas, estamos presentes na Igreja para formar vocações, animar a promoção vocacional e criar uma cultura de vocações e ministérios. A diocese, a igreja particular e as congregações são chamadas a compartilhar essa corresponsabilidade vocacional.
A terceira dimensão é sermos bons trabalhadores da messe. Devemos ser coerentes entre oração e vida, fé e ação. Quem reza deve ser um bom vocacionado, e isso se aplica especialmente às comunidades que carecem de sacerdotes, religiosos, agentes de pastoral e ministérios. Nosso fundador, Santo Aníbal Maria, já dizia no século passado que bons operários da messe incluem também pais e catequistas. Hoje, reconhecemos que todos têm vocações, carismas e ministérios variados na comunidade. Cada pessoa, casal, família e serviço pastoral na comunidade contribuem como operários da messe, cada um à sua maneira.
Esses três aspectos – oração, promoção vocacional e ação prática – caracterizam o carisma rogacionista. Onde quer que estejamos, colocamo-nos a serviço da Igreja. A minha vida como rogacionista, desde a formação, tem sido dedicada a colaborar em diversas instâncias na Igreja, organizando congressos, eventos, escolas de formação, preparação de subsídios e tudo que contribui para a formação de animadores vocacionais e vocacionados. É uma missão muito bonita, e eu trabalhei muito nesse campo.
4 – Como a compreensão e a valorização das diversas vocações, além da sacerdotal e religiosa, evoluíram na Igreja Católica desde o Concílio Vaticano II, e qual tem sido o impacto desses desenvolvimentos na vida das comunidades eclesiais no Brasil?
O Concílio Vaticano II, com sua eclesiologia de comunhão e participação e a eclesiologia do Povo de Deus, estabelece que cristãos leigos e leigas, consagrados e consagradas, e ministros ordenados, todos compartilham da mesma dignidade a partir do Santo Batismo. Este princípio é reforçado hoje pelo caminho sinodal, onde todas as vocações são vistas como uma graça que emana do batismo. A Igreja no Brasil tem sido pioneira nessa abordagem desde os anos 70 e 80, aplicando esses conceitos na vida das comunidades. Naquela época, já se falava em comunhão e participação, e hoje evoluímos para a tríade de comunhão, participação e missão, onde todas as vocações têm seu lugar e especificidade.
Essa consciência e cultura vocacional não se formam instantaneamente. Tradicionalmente, associávamos vocação apenas aos padres e freiras consagrados. Hoje, falamos também da vocação matrimonial, familiar, e dos diversos serviços e ministérios, como o de catequista. Essa mudança de consciência foi fomentada por muitos congressos e eventos, como o primeiro Congresso Latino-Americano de Vocações em 1993 no Brasil, que ajudou a criar uma consciência vocacional nas estruturas eclesiais e dioceses, reforçando que todos são responsáveis por essa missão.
Com a crise vocacional e a falta de padres e religiosas, percebemos que a ação de Deus pode seguir caminhos não previstos por nós. A necessidade de rezar e trabalhar pelas vocações tornou-se evidente. Os congressos vocacionais proporcionaram essa unidade e continuidade. Participei de muitos desses eventos, como os congressos de 1999, 2005, 2010, e o Simpósio de 2019, contribuindo ativamente. Esses encontros foram cruciais para formar uma consciência e cultura vocacional, partindo da vocação batismal.
O primeiro Ano Vocacional na Igreja do Brasil foi em 1983, seguido por outro em 2003 e, mais recentemente, em 2023. Desde os anos 80, a responsabilidade vocacional buscava aplicar as orientações do Concílio Vaticano II e do Documento de Puebla de 1979. O primeiro Congresso Internacional, em 1981, na Santa Sé, gerou um documento valioso, marcando o caminho bonito da Igreja, que continua a envolver, comprometer e participar ativamente.
A Igreja do Brasil cresceu, dando unidade e formando animadores vocacionais. Documentos base e finais dos congressos, juntamente com os anos vocacionais, têm sido fundamentais nesse processo. Com quase 40 anos desde o primeiro Ano Vocacional, temos avançado na criação de uma consciência e cultura vocacional robustas e duradouras.
5 – Qual é o papel do serviço de animação vocacional na Igreja e como ele contribui para o fortalecimento das vocações em diferentes dimensões, incluindo o ministério ordenado e a vocação matrimonial?
O serviço de animação vocacional tem como ministério e pastoral a missão de manter viva e acesa a chama da oração e da promoção das vocações na igreja particular. É um serviço essencial que atua em comunhão com o bispo, que é o primeiro responsável, e com o clero, que é o segundo responsável. Esse serviço visa dinamizar e promover as vocações, tanto para a igreja particular quanto para a igreja como um todo, através de ações, atividades e eventos que incentivem o Povo de Deus, nas comunidades e paróquias, a rezar pelas vocações, a se comprometerem, a ajudarem os vocacionados, e a animarem a vida religiosa, tanto masculina quanto feminina. Ele também promove a vocação matrimonial e auxilia na formação dos sacerdotes, apoiando os seminários.
As vocações surgem das comunidades, e o serviço de animação vocacional funciona como uma antena que sinaliza, desperta, discerne e acompanha. A equipe vocacional deve trabalhar em comunhão com os formadores dos seminários, as comunidades religiosas, e representantes das pastorais, especialmente da família, da juventude e da catequese. Esse serviço é essencial, embora desafiador de se organizar a nível diocesano, mas também é importante ter uma estrutura mais localizada nas paróquias, setores ou foranias. Assim, a equipe vocacional cresce, e a unidade e a comunhão na diocese são fortalecidas.
O Espírito de Deus sopra onde e quando quer, e nossa colaboração é crucial para que a graça de Deus chegue ao coração de jovens, adolescentes e adultos. Nesse sentido, é importante lembrar que a igreja particular e as dioceses sempre destacaram a vocação ao ministério ordenado, diaconato, sacerdócio e vida religiosa em suas diversas formas. Nos últimos anos, a vocação matrimonial também tem ganhado destaque, algo que foi muitas vezes negligenciado. O sacramento do matrimônio é fundamental, pois é da família que vêm as vocações. É necessário que as igrejas, a pastoral familiar, os grupos e movimentos de famílias e as comunidades incentivem essa vocação. Hoje, casar-se na igreja e viver sacramentalmente nem sempre é uma escolha popular, e é uma grande vocação que precisa ser valorizada. A vocação de ser cristãos leigos e leigas, bem como a vocação matrimonial, são belíssimas e essenciais para a igreja.
6 – De que maneira, para Dom Ângelo, a vocação é entendida como uma graça e como isso se reflete na prática da vida cristã e na construção do Reino de Deus?
A experiência da fé é algo profundamente pessoal. Uma definição clássica baseia-se nos exemplos e testemunhos da Sagrada Escritura. Deus, ao longo da história, chamou os discípulos a estarem com Ele, como nosso Senhor Jesus Cristo fez. Reforçamos bastante no terceiro ano vocacional a ideia de que a vocação é uma graça. Essa perspectiva bíblica e evangélica é essencial para entender a vocação, ajudando a perceber que é o Espírito de Deus que, na experiência da fé, da vida eclesial e da história pessoal, age despertando um desejo, uma vontade ou uma sensibilidade para a doação e entrega.
Quando falamos de graça, estamos falando de um dom. A centralidade da vocação está em seguir Jesus Cristo. A vocação é uma experiência que precisa ser discernida e acompanhada ao longo da vida humana. Ela se manifesta de maneira diferente em cada fase da vida, como na infância, adolescência e juventude. O caminho vocacional exige tempo, espaço, oração, acompanhamento e orientação para identificar os sinais que se manifestam na vida de alguém.
O segundo aspecto importante é que o chamado de Deus nunca é para nada; ele tem um propósito. Seguir Jesus Cristo é para levar a mensagem de salvação e construir o Reino de Deus. Portanto, a vocação é uma graça e um chamado que exige uma resposta pessoal. Participando do primeiro Congresso Latino-Americano de Vocações em Itaici, em 1983, e no documento de Aparecida de 2007, aprendi que vocação é a graça de Deus que encontra o desejo humano. Quando o projeto de Deus se encontra com o projeto do coração humano, temos a vocação. É a resposta ao chamado divino para realizar o Reino de Deus.
Essa definição é humana e espiritual. Deus tem um projeto para cada pessoa, e quando esse projeto se encontra com os sonhos e desejos do coração humano, temos a vocação. Cada um responde de acordo com sua vocação para construir o Reino de Deus.
Além disso, a vocação está inserida em um contexto social. Deus se manifesta de muitos modos, muitas vezes começando com uma sensibilidade para os pobres e sofredores ou através da Palavra de Deus e da oração. É crucial estar atento a esses momentos e favorecê-los. A oração, a liturgia e a Eucaristia são espaços privilegiados para discernir o significado e o propósito da vida.
O Papa Francisco, na mensagem do Dia Mundial de Oração pelas Vocações de 2023, resumiu bem a estrutura da vocação. Ele disse que vocação é Deus me chama amando e eu respondo amando. Deus me chama com amor, e minha resposta deve ser um amor por Deus e pelos irmãos. Esta definição captura a essência da vocação: um projeto de Deus que se encontra com o nosso desejo de viver uma vida plena e com sentido.
7 – Como a presidência da Comissão dos Ministérios Ordenados contribui para a animação e promoção das vocações e ministérios na Igreja?
Atualmente, na presidência da Comissão dos Ministérios Ordenados, que é uma comissão bastante ampla, é importante destacar que ela engloba desde a pastoral vocacional, presbíteros, diáconos permanentes, seminários e seminaristas, até a vida religiosa, institutos seculares e a Ordo Virginum [Ordem das Virgens]. Na semana passada, por exemplo, estive com 22 novos bispos, acompanhando uma semana de interação e formação. Esta comissão, que anteriormente era conhecida como Setor de Vocações e Ministérios, foi reestruturada e agora tem o objetivo de animar, coordenar, incentivar e promover as ações ligadas às vocações e ministérios na vida da Igreja.
Não há evangelização sem evangelizadores. Portanto, é fundamental promover, despertar e animar os carismas e ministérios. O trabalho da pastoral vocacional é crucial para essa missão. Além disso, a comissão abrange também o laicato, que é a vocação do cristão leigo e leiga, mantendo uma unidade e comunhão. A formação da vida consagrada, tanto para os institutos de ordem religiosa quanto para os seculares e a Ordo Virginum, também é parte dessa missão.
A comissão é uma instância essencial de colaboração. Trabalhamos para promover, despertar, valorizar, acompanhar, discernir e formar. Nossa missão é apoiar as igrejas particulares, organizando congressos e eventos, e colaborando com formadores de seminaristas. Além disso, mantemos uma relação institucional com a Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) e com os institutos seculares, proporcionando uma colaboração constante.
Embora o trabalho seja desafiador e intenso, sinto-me feliz e realizado com o que faço. A Igreja no Brasil é bem organizada e dinâmica, e minha contribuição é apenas uma parte do contínuo esforço da Igreja para manter e aprofundar seu trabalho. A responsabilidade é grande, mas a alegria de colaborar com a missão da Igreja é ainda maior. A experiência e o histórico de trabalho, incluindo minha atuação como superior geral, prepararam-me bem para este papel.
8 – Qual é a importância da comunicação dentro do carisma rogacionista, e o jornalismo te ajuda a promover a oração pelas vocações?
Eu estava falando sobre o carisma rogacionista. Nosso fundador, Santo Aníbal Maria de França, nasceu em 1851 e fundou nossa congregação em 1897. A congregação das Irmãs Filhas do Divino Zelo foi fundada em 1887. Ele era um homem muito à frente de seu tempo: jornalista, poeta e de origem nobre, mas optou por viver entre os pobres. Naquela época, começou a imprensa e ele criou pequenos jornais para promover a oração pelas vocações.
Seu trabalho na comunicação é um aspecto fundamental do nosso carisma. Ele criou um jornal chamado “Deus e o Próximo” e fez até 700 mil cópias que distribuía pelas paróquias, sempre com o foco na oração pelas vocações. A congregação sempre teve uma forte tradição de comunicação. Por exemplo, nós temos a revista "Rogate", dedicada à animação vocacional.
Desde a época em que eu era estudante de Teologia, fui envolvido com a revista "Rogate". Trabalhei na revista e, quando fui para Curitiba, fiz vestibular na Universidade Federal do Paraná e estudei Jornalismo por quatro anos. Trabalhei na redação da revista e em outros projetos de comunicação, como rádio e vídeos de encontros vocacionais, em parceria com as Paulinas e Verbo Filmes.
Hoje, a revista "Rogate" está disponível online e continua a ser um importante arquivo histórico da pastoral vocacional no Brasil. Ela começou em 1983, o ano vocacional, e eu fiz parte da equipe fundadora como seminarista. O carisma de nosso fundador, que valorizava a difusão e a comunicação, continua a ser uma parte essencial de nosso trabalho, utilizando mídias sociais e outros meios para promover a oração e a animação vocacional.
9 – Qual mensagem gostaria de transmitir aos adolescentes, jovens e adultos sobre a importância de descobrir a vocação em suas vidas?
É fundamental transmitir aos adolescentes, jovens e adultos que descobrir a vocação, ou seja, o projeto de Deus em nossas vidas, é uma das experiências mais belas da existência. Não devemos ter medo; como os papas sempre ressaltam, a vocação exige coragem. Embora seja um risco, é profundamente gratificante. A vocação é um chamado divino e uma resposta pessoal, que molda a nossa história de vida.
Incentivo os jovens a terem coragem e a procurar ajuda para discernir sua vocação. Hoje, mais do que nunca, é necessário buscar orientação de padres, religiosos e membros da comunidade. O discernimento é um processo que deve ser acolhido com oração, tanto em família quanto na comunidade. As igrejas precisam estar atentas aos jovens no mundo do trabalho e na universidade, pois o tempo de discernimento pode se prolongar. Assim, é importante oferecer mais apoio e acompanhamento.
A experiência da fé em comunidade é essencial na vocação. Frequentar a missa, valorizar a Eucaristia e a Palavra de Deus são fundamentais. É crucial seguir o magistério da Igreja e estar atento aos verdadeiros caminhos de Deus, evitando os falsos profetas. Pedir a luz do Espírito Santo é uma forma de discernir a vontade divina.
Quando questiono os crismandos sobre a vocação sacerdotal ou matrimonial, noto que poucos levantam a mão. Muitas vezes, isso ocorre porque a vocação ao matrimônio é pouco valorizada e estigmatizada como difícil. Portanto, além de perguntar sobre a vocação religiosa, é importante oferecer uma mensagem de esperança e alegria. Rezemos pelas vocações e encorajemos todos a amar, seguir e servir a Jesus na Igreja conforme seu chamado.