“A esperança não decepciona”: Jubileu dos Movimentos fortalece a unidade e a caridade
A Diocese de Campo Limpo celebrou no último sábado, 21, o Jubileu Diocesano dos Movimentos, uma noite marcada por espiritualidade e compromisso com o Evangelho. Cerca de 1.500 pessoas, representando diferentes associações e movimentos eclesiais, reuniram‑se para viver intensamente este momento de graça no Ano Jubilar da Esperança.
Um dos pilares do Jubileu é a reflexão sobre o perdão. Não como esquecimento ou simples minimização das ofensas, mas como libertação do peso emocional que impede a caminhada espiritual e pessoal. Os fiéis foram convidados a viver esta experiência não como um episódio isolado, mas como uma etapa de uma jornada contínua, marcada pela busca da paz e da justiça. Depois do ato penitencial todos os participantes foram aspergidos lembrando a dignidade de todo cristão a partir de seu batizado.

A celebração teve início com o Roteiro da Peregrinação Diocesana, especialmente preparado para o Ano Jubilar, e a proclamação do texto de São Paulo aos Romanos, recordando à assembleia que “a esperança não decepciona”. No início da missa, na quadra da Cáritas Campo Limpo, ponto de partida de todas as peregrinações, Dom Valdir José de Castro, bispo diocesano, saudou todas as comunidades e destacou a importância da diversidade de dons e carismas para enfrentar os desafios da evangelização atual.
A peregrinação seguiu para a Catedral Sagrada Família, conduzida por cantos e salmos que fortaleciam o clima de oração e unidade. A celebração eucarística, presidida por Dom Valdir e concelebrada por Padre José Clodoaldo Ferreira Rodrigues, assessor das Associações e Movimentos, foi marcada por uma homilia atual e provocadora.
Refletindo sobre a liturgia do 12º Domingo do Tempo Comum, Dom Valdir partiu da pergunta de Jesus aos discípulos: “E vocês, quem dizem que eu sou?”, para lançar uma provocação pessoal à assembleia. “Hoje todos têm uma opinião sobre quem é Jesus, mas a resposta mais esperada não está nas redes sociais, e sim no coração de cada um de nós. A verdadeira pergunta é: quem é Jesus para mim, na minha vida? É preciso declarar, dia após dia, que Jesus é o Cristo de Deus”.

Indulgência e caridade para uma igreja viva e solidária
O Jubileu dos Movimentos recordou que todos os fiéis, independentemente de seu estado de vida ou carisma eclesial, são chamados pessoalmente por Deus a viver a vida de Cristo e a construir uma Igreja unida, testemunhando a fé e promovendo a solidariedade.
Durante o Ano Santo, a Igreja oferece aos fiéis o dom da indulgência plenária — uma manifestação da misericórdia de Deus que conduz à remissão das penas temporais dos pecados já perdoados na confissão. Essa graça, no entanto, requer compromisso sincero com a própria conversão e uma vida marcada pela prática das boas obras.

Dom Valdir destacou que a vida cristã não é feita isoladamente, mas como membros de um só Corpo, ligados pela caridade e fortalecidos pela oração, pelos sacrifícios e pela prática das obras de misericórdia. Prova desse compromisso foi o gesto concreto realizado pelos fiéis durante o Jubileu dos Movimentos, com a arrecadação de 811 sabonetes para a IX Jornada Mundial dos Pobres, que acontecerá em 15 de novembro.
Antes da bênção final, o Padre José Clodoaldo agradeceu a presença e o engajamento de todos e reafirmou a importância do testemunho profético dos cristãos no mundo atual. “Somos chamados a ser profetas de esperança, portadores de uma unidade tão necessária em tempos marcados por divisão e desorientação. Devemos ser ‘operadores da paz onde há guerra’, como nos exortava o Papa Francisco, e cultivar a escuta e o encontro, para tornar presente no mundo a misericórdia de Deus”.
