Capela da Esperança é inaugurada no Cemitério Gethsêmani
No Dia de Finados, 2 de novembro, Dom Valdir José de Castro, bispo da Diocese de Campo Limpo, presidiu a missa das 8h na Capela da Ressurreição, no Cemitério Gethsêmani, no Morumbi, e inaugurou a Capela da Esperança e o novo velário, novo espaço no cemitério. A celebração, concelebrada pelo monsenhor Aguinaldo Carvalho, pároco do Santuário Santa Teresinha e administrador do cemitério, reuniu fiéis e familiares que, mesmo sob chuva constante, mantiveram viva a tradição de oração pelos entes queridos falecidos.
Em sua homilia, Dom Valdir destacou a força das virtudes teologais: “Temos fé que a vida não termina com a morte. Estamos aqui pela fé e cremos que a vida continua na eternidade. É preciso que enraizemos em nós a fé, a esperança e o amor, que são trigêmeas e não se separam. A esperança é a virtude que nos faz caminhar neste mundo; a fé nos conecta a Deus, e o amor, que experimentamos aqui, viveremos em plenitude quando estivermos face a face com Ele”.

Ao final da missa, Monsenhor Aguinaldo falou sobre a nova capela e o velário, ressaltando seu caráter ecumênico e acolhedor: “Temos muitos concessionários católicos, mas também pessoas de outras religiões. Queríamos um espaço que convidasse todos à oração e à homenagem aos seus entes queridos”. Os presentes foram convidados a acompanhar a bênção de inauguração feita por Dom Valdir logo após a missa.
A capela recebeu o nome Capela da Esperança em referência ao Ano Santo da Esperança de 2025. Para o bispo, o nome, também expressa o sentido mais profundo da fé cristã: “O que nos move é a esperança, a fé e o amor. Temos firme esperança na ressurreição no último dia, e é em Deus que esperamos entrar na vida eterna”.
Construída em meio a um espaço com grandes árvores, a Capela da Esperança foi pensada para ser um refúgio de serenidade e contemplação. O espaço conta com uma pequena praça circular, onde bancos rústicos, feitos com troncos de árvores do próprio local, podadas com as devidas autorizações, oferecem um ambiente de recolhimento e oração. Todo o sistema de exaustão da fumaça das velas funciona por energia eólica, um símbolo de cuidado ambiental e integração com a natureza.

Logo à entrada, dois grandes painéis do artista sacro Lúcio Américo chamam a atenção dos visitantes. À esquerda, a obra O Dia; à direita, A Noite. O artista explica que as pinturas representam a harmonia da criação: “A arte utiliza elementos da natureza para evocar a bondade de Deus, que fez tudo perfeito. Quem entra neste espaço é convidado a ser parte dessa harmonia, o tempo, a luz, as águas, tudo canta louvores ao Criador. Esses símbolos, embora tenham leitura cristã, podem ser acolhidos por outras tradições religiosas, pois representam a vida e o tempo como dons divinos”.
A inspiração para o projeto nasceu de um diálogo com Dom Valdir e outras pessoas envolvidas na administração e execução do projeto e a passagem bíblica que norteou o artista foi Carta de São Paulo aos Romanos (1,20): “Suas perfeições invisíveis, como o seu poder eterno e sua natureza divina, são claramente conhecidas através de suas obras, desde a criação do mundo.”

Ao término da bênção, Dom Valdir e Monsenhor Aguinaldo acenderam uma vela em homenagem aos padres falecidos, gesto que marcou a união entre memória, fé e esperança.
Com sua arquitetura simples, espiritualidade ecumênica e simbologia da criação, a Capela da Esperança se firma como um novo espaço de oração, acolhimento e fé no coração do Cemitério Gethsêmani.