Celebrar o Ano da Graça do Senhor

Em 9 de maio, na Solenidade da Ascensão do Senhor, em Roma, o Papa Francisco entregou a Bula Spes non confundit (a esperança não engana), de proclamação do Jubileu de 2025. Ao anunciar o Ano Santo, o Papa lança propostas, apelos em favor dos presos, dos doentes, dos idosos, dos pobres, dos jovens, e anuncia as novidades de um Ano Santo que terá como tema “Peregrinos de esperança”.
Mas qual o sentido de um jubileu? E qual a importância das indulgências? A tradição de proclamar de vinte e cinco em vinte e cinco anos um jubileu remonta ao Papa Bonifácio VIII, no ano de 1300. Na história da Igreja, desde então, foram celebrados 26 anos santos ordinários e três extraordinários.
A origem desta celebração remonta ao antigo testamento. O sentido era de um ano de indulto ou remissão de dívidas e pecados, celebrado a cada 50 anos. O som da trompa de um carneiro, o yôbel, ressoava em toda a cidade, marcando o anúncio do ano jubilar. Em Levíticos (25,10), temos uma referência: “declarareis e santo o quinquagésimo ano e proclamarei na terra a libertação para todos os habitantes; será para vós um Jubileu; cada um de vós voltará ao seu clã”.
Era um ano marcado pelo repouso, pela libertação da escravidão e reintegração de bens alienados. Certamente, um ano de atos indulgentes e misericordiosos para com o povo.
A ligação entre o ano jubilar judaico e o ano santo cristão é evidente: se para o os judeus o ano de indulgências dizia respeito à libertação da escravidão e outros elementos materiais, para os cristãos o ano santo é marcado pela indulgência de Deus com os pecadores, os libertando da escravidão do pecado. A ocasião de um jubileu, portanto, é sempre a celebração do retorno do povo de Deus a Cristo Salvador, uma reconquista da liberdade com a qual Cristo nos libertou.
As atividades que estão relacionadas ao ano santo, como peregrinações, indulgências, obras de misericórdia e penitenciais, entre outras, têm por finalidade celebrar o retorno ao Senhor, que é indulgente e compassivo.
Ao anúncio de cada Ano Santo, o Papa estabelece os diversos momentos e obras para que os cristãos obtenham as indulgências e celebrem com entusiasmo e coração puro esta ocasião especial de graça.
Para o Jubileu de 2025, temos como referência a Bula entregue pelo Papa Francisco e o documento “Normas sobre a concessão de Indulgências” emitido pela Penitenciaria Apostólica em 13 de maio. O documento indica as modalidades, as práticas de penitência e os lugares sagrados, em Roma e no mundo inteiro, que darão possibilidade de obter indulgências para si ou para alguma alma do purgatório.
O início do Ano Santo será em 24 de dezembro, quando a Porta Santa da Basílica de São Pedro, no Vaticano, será aberta pelo Papa. No dia 29 de dezembro será a vez das Dioceses iniciarem o Ano Santo: “Estabeleço ainda que, no domingo 29 de dezembro de 2024, em todas as catedrais e concatedrais, os Bispos diocesanos celebrem a Santa Missa como abertura solene do Ano Jubilar, segundo o Ritual que será preparado para a ocasião”.
Na Diocese de Campo Limpo, uma Comissão Diocesana irá refletir e animar os diversos momentos do Ano Santo a serem vividos na Diocese, de acordo com as possibilidades estabelecidas pelo Papa. Que todos nós, com o Ano da Oração, nos preparemos de maneira adequada para vivermos em profundidade o Ano Santo que se aproxima.