Dom Valdir lança Carta Pastoral: “Tudo por causa do Evangelho”

A Diocese de Campo Limpo lançará na sexta, 16, a Carta Pastoral de Dom Valdir José de Castro, ssp, bispo diocesano, intitulada “Tudo por causa do Evangelho”. Esta é a primeira vez na história da diocese que um bispo escreve uma carta pastoral.
Dom Valdir revela logo nas primeiras linhas que a carta foi escrita não para traçar diretrizes, mas para uma reflexão sobre o caminho de evangelização que todos somos são chamados a trilhar: “por uma Igreja sinodal e missionária”.
Há seis meses à frente da diocese e tendo conhecido parte da realidade eclesial e missionária, ressalta por várias vezes que: “a missão de todos nós é viver o Evangelho e anunciá-lo com empenho na ação evangelizadora e missionária, na perspectiva de uma Igreja em saída”.
Por uma conversão pastoral e missionária
Com 38 páginas, o texto está dividido em dois grandes capítulos: 1. Viver e anunciar o Evangelho e 2. Evangelização e sinodalidade. Logo no primeiro capítulo o bispo fala sobre a ‘Boa notícia’ que é o próprio Jesus, que o mundo recebeu e que devemos acolher e partilhar a cada dia. “Somos Igreja, e esta existe para evangelizar” (cf. Carta Pastoral, nº 2).
Além disso, a carta atualiza a missão evangelizadora da Igreja que vive, atualmente, o Sínodo sobre a Sinodalidade (2021-2024) – “Para uma Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”. E faz pensar como, a exemplo de Jesus, no que tange à evangelização, esta Igreja particular pode dar testemunho dentro desta realidade que envolve o ambiente urbano e rural, contrastado pela riqueza e a miséria.
A sinodalidade, estilo de ser Igreja, na qual todos são incluídos, aparece em muitos pontos do capítulo dois. Na evangelização, na comunicação e na conversão pastoral. Dom Valdir alerta que: “a evangelização é um caminho a ser trilhado juntos” e que a eficácia de todo o processo, que passa pela escuta, diálogo e discernimento, depende, em grande medida, da boa vontade de cada pessoa em assumir, com responsabilidade, o modo de ser “sinodal” da Igreja. Alicerçados na Eucaristia e na Palavra, em comunhão com o Senhor, que se manifesta a nós de tantas maneiras, seremos Evangelhos vivos para partilhá-Lo na missão.
Uma sessão em destaque é a que trata da comunicação. Nota-se na carta uma grande ênfase ao assunto. Dom Valdir coloca que para “caminhar juntos”, em vista da evangelização é preciso cultivar uma “boa” comunicação e destaca que: “Não existe caminho sinodal sem comunicação”. Não se trata de uma comunicação produzida pelos meios, mas da escuta e do diálogo a partir da abertura ao Espírito, que levará a todos, ainda que haja diferenças, à proximidade e à partilha, criando a comunhão.
Na última sessão, a conclusiva, o bispo olha para o futuro com esperança e ressalta o fecundo trabalho de evangelização realizado pelos bispos anteriores e convida todos a olhar o presente e o futuro da diocese. A diocese, depois de ter ouvido o clero e leigos, considerando que as comunidades ainda se refazem das consequências dos tempos difíceis da pandemia do Covid-19, optou em adiar a elaboração de um novo plano pastoral. Contudo, Dom Valdir indica a utilização desse período (2023-2024) para aprofundar e retomar os conceitos das Diretrizes da Ação evangelizadora da Igreja no Brasil em vigor, buscando aplicá-los à realidade da diocese, até que um novo plano pastoral seja construído levando em consideração as indicações do Sínodo sobre a sinodalidade e as urgências da diocese.