A Pastoral Carcerária da Diocese de Campo Limpo recebeu no dia 24 de julho a imagem peregrina de Nossa Senhora Aparecida, que tem percorrido os Centros de Detenção Penitenciária do Estado de São Paulo. A imagem permanecerá na diocese até a manhã do dia 26, quando será entregue à Pastoral Carcerária da Região Belém, da Arquidiocese de São Paulo.
A peregrinação teve início em 5 de julho, data marcada pela Romaria Nacional da Pastoral Carcerária ao Santuário de Aparecida, reunindo centenas de agentes de mais de vinte estados brasileiros, e só termina em 5 de outubro. No contexto do Ano Jubilar da Pastoral Carcerária, esta missão se propõe a levar esperança e consolo aos irmãos privados de liberdade, uma presença de Maria entre os esquecidos, os feridos, os invisíveis da sociedade.
Acolhida com reverência
A Diocese de Campo Limpo recebeu a imagem das mãos da Pastoral Carcerária da Diocese de Osasco. No dia 25, sexta-feira, a peregrina chegou ao Centro de Detenção Provisória ASP Nilton Celestino, em Itapecerica da Serra. Logo cedo, às 8h, agentes da pastoral se reuniram para celebrar a Santa Missa na Paróquia Santuário Nossa Senhora dos Prazeres e Divina Misericórdia, presidida pelo padre Alexandre Matias, assessor diocesano da pastoral. A celebração foi um gesto de gratidão pela presença da Mãe Aparecida e uma súplica em favor dos irmãos encarcerados.
A visita ao CDP teve início após a missa, quando padre e agentes se dirigiram até lá. A acolhida cordial dos agentes penitenciários abriu caminho para a entrada da imagem. Seguindo os trâmites de segurança, de identificação e verificação dos agentes da pastoral, portões e grades foram se abrindo com estalos metálicos, câmeras de segurança também acompanhavam a ‘peregrinação’. A imagem, idêntica à original que repousa no altar do Santuário Nacional, foi conduzida pelo padre Alexandre, que em cada espaço fazia orações, abençoava os ambientes, os funcionários e, principalmente, os detentos, que se amontoavam muito próximos da grade para ‘tocar o manto da Mãe’, ainda que isto não fosse possível.
Olhares que se levantam
No contato com os irmãos privados de liberdade, houve silêncio reverente, lágrimas discretas e palmas espontâneas em honra à Mãe de Deus. Mesmo entre os que não professam a fé católica, o respeito era visível. Muitos se deixaram tocar pelas palavras de consolo e esperança do padre, que falava do amor de uma Mãe que não abandona seus filhos, mesmo atrás das grades.
Também os funcionários da unidade, agentes, servidores, administrativos, se aproximavam e receberam bênçãos para si, para suas famílias e ambientes de trabalho. A imagem de Nossa Senhora, símbolo do cuidado materno e da esperança que resiste, era recebida com gestos de fé e gratidão.
A Pastoral Carcerária da Diocese de Campo Limpo realiza visitas semanais ao CDP de Itapecerica, mas, como bem resumiu um dos agentes: "Hoje foi diferente. Hoje Maria entrou com a gente.”
A Pastoral Carcerária da Diocese de Campo Limpo agradece a direção do Centro de Detenção Provisória ASP Nilton Celestino pela oportunidade e pela abertura ao trabalho da pastoral e todo o respeito a dignidade da pessoa humana.
