O Catequista, testemunha da vida nova em Cristo

Em 27 de setembro de 2013, o Papa Francisco na cidade eterna (de Roma), no I Congresso Internacional de Catequese, dirigiu-se aos catequistas nos seguintes termos: “A catequese constitui uma coluna para a educação da fé, e são precisos bons catequistas... Ser catequista e não trabalhar como catequista!”
A primeira coisa a ser ressaltada neste do discurso papal é: A catequese é parte integrante do anuncio do Reino, da obra da Evangelização... e não somente isto: é coluna de sustentação do “ide e anunciai” (Mc 16, 15) que constitui o mandato dado por Jesus à sua Igreja. Sendo assim, na catequese que praticamos, não podemos ensinar nos grupos de catequizandos “nossa catequese” ou uma “catequese particular”, desligada do todo, da Igreja diocesana/paroquial... Nas palavras de Francisco: “a catequese é na Igreja e para a Igreja”, não pertence a um indivíduo...
A segunda coisa a destacar é a seguinte: precisamos de bons catequistas! Não podemos ser bons catequistas a menos que nos deixemos guiar pelo Espírito Santo, a menos que sejamos pessoas de fé e testemunho. Lembremo-nos sempre: o catequista é um mestre do testemunho, um pedagogo da fé, não um mero professor de doutrina!
Ainda, vale lembrar que não é possível ser um bom catequista sem uma formação adequada que nos forneça as habilidades necessárias para responder de forma clara às questões de fé levantadas pelos nossos catequizandos e seus pais. E aí, como catequistas, podemos nos questionar: Quando foi a última vez que participamos de um curso de atualização catequética? Estamos familiarizados com as Sagradas Escrituras? Temos uma compreensão sólida da Doutrina da Igreja Católica?
Por fim, recordemos sempre que “não trabalhamos como catequistas, mas somos catequistas. Ser catequista é vocação, é dom, é comprometimento. Nossa missão não se resume ao encontro com nossos catequizandos, mas é uma tarefa multifacetada que exige de nós leitura da Palavra, testemunho do Reino, vida sacramental e caritativa e o mais importante, sem esperar “pagamento”, reconhecimento ou coisa que o valha. Ser catequista é ser missionário do Reino, por isso não podemos nos comprotar como meros funcionários, que batem cartão, que mecanicamente desempenham tarefas e que ao final da jornada de trabalho, perduram o uniforme e voltam pra o seu mundo!
Padre Josias Vieira Freitas é presbítero da Diocese de Campo Limpo, mestrando em teologia pastoral catequética pelo Centro Regional de Estudios Teológicos de Aragon (CRETA), afiliado à Universidad Pontificia de Salamanca, Espanha.