No domingo, 21 de setembro, a Paróquia Todos os Santos, da Forania Embu, viveu um momento histórico: a dedicação da Igreja matriz Santa Emília e de seu altar. Apesar de estar próxima dos 50 anos de existência, esta foi a primeira vez que a comunidade celebrou solenemente o rito que consagra definitivamente o templo ao culto cristão. A celebração foi presidida pelo bispo diocesano, dom Valdir José de Castro, e concelebrada pelo pároco, padre Gian Paulo Rangel Ruzzi, e pelo padre Alessandro Carvalho de Faria.
Logo no início, antes da bênção inicial, o pároco fez memória da caminhada paroquial, resgatando fatos históricos a partir de pesquisas e conversas. Em tom emocionado, recordou a vida e o testemunho de Naiara Andrade, filha da comunidade e secretária paroquial por 13 anos, falecida recentemente, cujo sétimo dia foi celebrado na mesma missa. “O seu testemunho é um chamado para todos nós: gastar a vida com alegria no serviço de Cristo e dos irmãos”, destacou padre Gian Paulo.
Dom Valdir acolheu a assembleia e conduziu a bênção da água, que foi aspergida sobre as paredes, o altar e o povo, em sinal de penitência e de lembrança do batismo. Ao longo do rito, convidou os fiéis a prestarem atenção em cada gesto e símbolo, sublinhando a grandeza da celebração. “A aspersão da água benta, a unção do altar, que é o Cristo, onde o sacrifício se dá, as cruzes, o incenso que queima, a vela acesa, tudo nos lembra que somos templos do Senhor, ungidos e iluminados para ser luz no mundo”, afirmou.
Na homilia, o bispo refletiu sobre três dimensões centrais da celebração: o templo, o altar e a assembleia. Lembrou que o templo é a casa de Deus, espaço sagrado onde Ele chama, fala e celebra a aliança com o Seu povo. Ressaltou que o altar é o próprio Cristo, centro de todo o edifício, lugar onde Ele se manifesta por meio da Palavra e da Eucaristia, que se complementam como mesas que alimentam a vida da comunidade. Sublinhou ainda que a assembleia é formada por pedras vivas, cada fiel chamado a edificar a Igreja, pois o templo é importante, mas ainda mais o templo do Espírito Santo que é cada pessoa.
Em seguida, teve início o rito de dedicação. O altar foi ungido com o Santo Crisma e as doze cruzes espalhadas pelo templo também receberam a unção, em sinal de que aquele espaço é consagrado para sempre ao culto cristão. O bispo incensou o altar, gesto que simboliza a entrega de Cristo e as orações do povo que sobem a Deus, e o revestimento do altar, seguido da iluminação da Igreja, recordou à comunidade que Cristo é a luz que se revela às nações. O decreto de dedicação foi lido e assinado por dom Valdir, pelo pároco e pelo padre Alessandro, e, ao final, todos puderam ver uma placa instalada na entrada principal da igreja com o registro da data deste marco histórico.
A paróquia
A Paróquia Todos os Santos foi criada em 25 de novembro de 1976, desmembrada da Paróquia Nossa Senhora do Rosário, no contexto do crescimento acelerado de Embu. Famílias vindas da capital e do interior buscavam novas oportunidades de vida, e o município vivia rápidas transformações. Nesse cenário de expansão e desafios sociais, a nova paróquia tornou-se presença concreta de cuidado espiritual e humano.
Em 1986, os missionários xaverianos assumiram a paróquia, imprimindo forte marca evangelizadora voltada às pastorais sociais, à formação de lideranças e à experiência das Comunidades Eclesiais de Base. Desde 1989, com a criação da Diocese de Campo Limpo, Todos os Santos passou a integrar esta nova Igreja particular, colaborando ativamente em seus desafios e esperanças.
Ao longo do tempo, a força missionária da paróquia gerou muitos frutos: diversas comunidades se tornaram novas paróquias, entre elas Cristo Ressuscitado, São José, Santo Eduardo, Santa Paulina, São Vicente, Santa Inês, Nossa Senhora das Vitórias e São Lucas, testemunhando a fecundidade pastoral da comunidade de Santa Emília. Em 2021, a Comunidade Senhor Bom Jesus da Lapa, pertencente à Todos os Santos, também foi dedicada e teve seu altar consagrado, em sinal de perseverança e comunhão.
A dedicação da matriz Santa Emília, celebrada agora com solenidade e beleza, é mais do que uma cerimônia: é um marco na caminhada da paróquia e um convite à renovação da fé. Como afirmou dom Valdir, o momento é uma oportunidade de retomar a vida comunitária com ainda mais fervor, testemunhando o amor de Deus como assembleia de pedras vivas. A Paróquia Todos os Santos, hoje com duas comunidades principais, Santa Emília e Senhor Bom Jesus da Lapa, continua a anunciar o Evangelho neste território, firmada em Cristo que é o altar, a luz e o fundamento de toda a Igreja. (Com informações da paróquia)
