Semana Social fortalece a área sociotransformadora da Diocese de Campo Limpo
Entre os dias 16 e 18 de setembro, a Diocese de Campo Limpo abriu espaço para um encontro que foi mais do que um evento: foi uma experiência de comunhão e esperança. A Semana Social Diocesana, realizada no auditório São Paulo Apóstolo, ao lado da Cúria Diocesana, reuniu agentes das pastorais sociais e a Cáritas Campo Limpo em um esforço de escuta, formação e organização da área de ação, que busca por diversos meios atuar no campo da assistência aos mais vulneráveis. O encontro foi pensado e articulado pelo Coordenador da Área Sócio-Transformadora, padre Hailton Alves de França.
Logo na abertura, Dom Valdir José de Castro, bispo diocesano, deu o tom da caminhada: sublinhou a importância da unidade entre as pastorais sociais e recordou que, na missão da Igreja, nenhuma ação deve caminhar isolada. “É a comunhão que dá força à evangelização e sustenta o cuidado com os mais pobres”, destacou.

Padre Ezaques Tavares, Coordenador de Pastoral, resumiu o espírito do encontro: “É um momento de fortalecimento da nossa história, de conhecimento mútuo das ações sociais e, em sintonia com a Igreja no Brasil, um passo em sinodalidade para pensar respostas que possam transformar realidades”.
A primeira noite trouxe também um mergulho na Doutrina Social da Igreja e um resgate da história das pastorais sociais na diocese, conduzido pelo padre José Nelson, assessor do Fórum das Pastorais Sociais. Coube ao padre Eduardo J. Mckettrick, SPS, recordar as lutas e conquistas que moldaram a vida pastoral nas periferias da região desde os anos 1970. Sua memória emocionada foi também uma convocação: não esquecer as raízes nem abandonar os que continuam à margem.

Na segunda noite, um amplo levantamento pastoral, fruto de pesquisa do Setor Pastoral Diocesano, onde 91 das 112 paróquias atenderam ao chamado, revelou a vitalidade e os desafios das ações sociais: a Pastoral da Criança, outrora presente em 70 paróquias, hoje atua em 20; a Pastoral da Pessoa Idosa conta com 120 agentes em 23 comunidades; a Pastoral da Saúde chega a atender 1.200 enfermos em 33 paróquias; a Pastoral da Sobriedade acompanha 370 pessoas em 13 paróquias. A pesquisa ainda destacou a força da Pastoral da Caridade e da Pastoral de Rua, presentes em mais de 80% das comunidades, doando alimento pronto ou cestas básicas, além do impulso recente da Ecologia Integral, inspirada pela Campanha da Fraternidade.
Os números ganharam voz quando cada coordenador pôde apresentar sua realidade. A diversidade de experiências mostrou que, embora muitas ações floresçam, ainda falta maior integração entre elas. Para responder a esse desafio, os participantes se dividiram em grupos e refletiram sobre um eixo comum: como fortalecer a caminhada conjunta das pastorais sociais. Da partilha surgiram propostas: formações conjuntas, cursos sobre Doutrina Social, criação de um fórum interpastoral, melhor comunicação entre as pastorais e incentivo à juventude para abraçar a dimensão sociotransformadora.

A terceira noite foi marcada pela partilha de ideias, de alimento e de esperança. Entre 50 e 60 participantes por dia, a Semana Social mostrou que a diocese deseja caminhar em sintonia com o tempo de graça do Jubileu e com o itinerário do Sínodo da Sinodalidade. Nesse horizonte, a Igreja em Campo Limpo se reconhece chamada a ser sinal de unidade e fraternidade em meio às divisões do mundo.
Na ocasião, foi apresentado o subsídio diocesano fruto do Sínodo, que convida grupos de paróquias, pastorais, movimentos e congregações a refletirem sobre comunhão, participação e missão. Da escuta das comunidades nascerá o 7º Plano de Evangelização da Diocese, construído a muitas mãos e corações.

Mais do que um encontro de três dias, a Semana Social consolidou-se como um processo de comunhão e corresponsabilidade. Um espaço onde diferentes vozes, experiências e carismas se unem ao redor do Evangelho, lembrando que a caridade e a transformação social não são apenas serviços: são parte essencial da missão da Igreja.