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44ª Assembleia das Igrejas Particulares

Assembleia propõe igreja paulista em saída às periferias

Pe. Carlos Alberto Contieri, SJ, apresentou pistas à luz do tema central que lança um olhar para as regiões periféricas.
 |  Regional Sul 1 da CNBB  |  Igreja no Brasil
Foto: André Botelho | Sul1

As 36 dioceses e seis arquidioceses paulistas em comunhão. Lideranças de todas as regiões do Estado de São Paulo participam da 44ª Assembleia das Igrejas Particulares com a missão de responder: “quais periferias reclamam nossas respostas e quais respostas daremos às periferias?”.

No primeiro dia do encontro, que acontece em Indaiatuba, no Mosteiro de Itaici, até 22 de outubro, o Pe. Carlos Alberto Contieri, SJ, apresentou pistas à luz do tema central que lança um olhar para as regiões periféricas. Em suas considerações iniciais, o presbítero, facilitador da Assembleia, resgatou catequeses do Papa Francisco para sublinhar a vocação missionária da Igreja “que não se deixa seduzir pelo sucesso e nem é prisioneira da aprovação dos outros”, disse. “A fé é êxodo. A fé é saída. É movimento de desinstalação. Ela é testemunho”, completou o padre.

No trânsito da exposição inicial, que contou com citação de Dom Hélder Câmara, três questões foram apresentadas: “qual o tamanho do meu mundo? O que contém o meu mundo? Qual a minha visão de mundo?” Em busca de respostas, na segunda sessão do encontro, os participantes foram conduzidos ao entendimento de que a Igreja existe para servir. “O que a gente faz em um lugar, porém, não dá, simplesmente, para fazer em outro”, alertou o Jesuíta ao chamar a atenção para a necessária adaptação da mensagem. “Nós precisamos do Espírito Santo para ter criatividade para fazer a Palavra ser compreendida pelo outro”, completou.

SINODALIDADE


Ainda refletindo o tema central, o Pe. Carlos Alberto desejou saber se os presentes seriam capazes de encorajar outras pessoas a partir da própria vivência da fé. “O Espírito é a força que impulsiona a missão”, voltou a sublinhar o facilitador antes de questionar se “nossas palavras e os nossos gestos tem força de atração?”

A partir da mediação do bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo e secretário do Regional Sul 1, Dom Carlos Silva, diversas participações fizeram ressoar a fala do Pe. Carlos Alberto. “Estamos usando o método do Sínodo”, sublinhou.

Consideradas as intervenções, o assessor da Assembleia afirmou que não existe uma periferia, mas muitas (e são elas as realidades para onde o Senhor envia). “O que falta em todos nós é o ânimo para estar em lugares onde a Igreja já esteve. A Igreja é universal: não há lugar onde ela não deva estar. Não há situação que ela não deva contemplar em sua ação missionária. É preciso uma Igreja em saída e em conversão. Não é uma questão de hierarquia, mas de todos nós”, disse o presbítero.

Recuperar a centralidade da Palavra de Deus para que a profecia não seja simplesmente uma bandeira foi apontada como questão fundamental. “Sem a dimensão do serviço também não há profecia”, seguiu o padre Contieri. “É preciso, ao meu ver, dar lugar ao serviço e ao testemunho”, completou. Concluindo a primeira etapa, o Padre Contieri garantiu retomar o tema nas demais sessões à luz do tema central.

“ÊXODO DE NÓS MESMOS”


A partilha realizada no sábado, 21 de outubro, teve como ponto de partida as “três saídas” de Jesus: de Deus para o mundo, de Si para os outros (amando a humanidade até o fim) e o êxodo desse mundo para o Pai. Segundo o padre Contieri, a vontade divina se “inclina” à liberdade humana. “A missão da Igreja é preparar, renunciando o protagonismo”. Considerando a fraqueza dos outros (igualmente reconhecendo suas próprias fragilidades), a Igreja é convocada a manter-se de portas abertas (sinal de sua disposição à saída).

“Onde a Igreja deve concentrar o melhor de sua energia, inspiração e criatividade apostólica para realizar a sua missão?” A pergunta, segundo o presbítero, questiona a adesão do povo à missão de Jesus. “Nós nunca estamos por inteiro onde a gente está. A gente perde a capacidade de atenção das pessoas”, completou Contieri.

Pessoas que têm paixão por sua fé devem ser valorizadas em um “mundo da dispersão”. A “Geração Z”, por exemplo, se mostra disponível aos debates em diversas esferas, mas, vez ou outra sem espaços de expressão, fazem das Redes Sociais o local para a partilha de seus entendimentos.

Em momento de “Escutar o Senhor”, o padre Contieri propôs a Leitura Orante da Palavra de Deus celebrada, nas diversas Capelas do Mosteiro, em grupos formados pelas sub-regiões. O momento oracional foi uma das dinâmicas sugeridas para fazer ressoar a partilha da quinta sessão; a primeira de sábado dedicada ao tema central.