Ano da Oração: aprofundar a comunicação com Deus
“Hoje iniciamos o Ano da oração, um ano dedicado a redescobrir o grande valor e a necessidade absoluta da oração na vida pessoal, na vida da Igreja e no mundo. Seremos ajudados também pelos subsídios que o Dicastério para a Evangelização colocará à disposição”. Com estas palavras, o Papa Francisco abriu, em 21 de janeiro, o ano preparatório para o Jubileu de 2025. Celebrado a cada 25 anos, os anos jubilares na Igreja são acompanhados de muitas iniciativas e peregrinações, normalmente ao redor de um tema proposto. Iremos retomar o Jubileu de 2025 muitas vezes nos próximos meses.
O Papa recorda que o Ano da Oração é uma proposta para “que os corações estejam abertos para receber a efusão da graça de Deus e para fazer do ‘Pai Nosso’, a oração que Jesus nos ensinou, o programa de vida de cada um dos seus discípulos”. Não deixa de ser interessante notar: o Pai Nosso, tantas vezes pronunciado de forma apressada e mecânica, é motivado para ser a oração que, ao mesmo tempo em que nos aproxima de Deus como Pai, também nos ajuda a desejar a prática daquilo que a própria oração contém em si.
Além do Pai Nosso, muitas outras formas de oração serão incentivadas ao longo deste ano para provocar a redescoberta da oração. Estão previstos, ao longo do ano, diversos materiais que ajudarão todos nós a redescobrirmos o valor da oração, mesmo a mais simples delas.
“Orar hoje: Um desafio a ser superado”, é o título do primeiro texto de uma coleção de 8 escritos que serão publicados pela Livraria Editora do Vaticano redigidos por autores renomados. Além disso, há um compilado de 38 belas catequeses sobre a oração que o Papa Francisco realizou entre maio de 2020 e junho de 2021 e que podem ser encontradas em (dcl.org.br/catequese-oracao).
Este esforço da Igreja em resgatar a oração na vida cotidiana do cristão não se destina somente à preparação espiritual para o Jubileu de 2025, mas também traz consigo o benefício de ajudar a vida de oração consolidada como prática constante. Precisamos rezar sempre, não apenas motivados para momentos específicos!
No fundo, não é um ano que apresente novidades ou novas formas de oração, mas um ano que há de despertar em todos a consciência da necessidade da oração como elemento fundamental, irrenunciável da fé.
Oração é comunicação com Deus, um verdadeiro diálogo com o Senhor, que gera relação, confiança, intimidade, comunhão, proximidade. Há um vasto repertório de escritos sobre oração que nos ajudam a rezar melhor, explorando as diferentes formas de oração e mesmo seus diferentes aspectos, contudo, um dos elementos mais fundamentais é muito simples: a constância. Mais do que quantidade, a oração que não se deixa vencer pela falta de motivação, cansaço, indiferença ou qualquer outro motivo. A constância representa a negação em interromper a nossa comunicação com Deus através da oração.
Sendo elemento fundamental, a oração não é substituída pelos afazeres: “[Os Evangelhos] testemunham claramente que mesmo em momentos de maior dedicação aos pobres e aos doentes, Jesus nunca negligenciava o seu diálogo íntimo com o Pai” (Papa Francisco).
Antes mesmo de termos acesso a qualquer material de apoio sobre a oração, hoje mesmo podemos nos questionar sobre o estado atual de nossa oração. Ainda que pare para rezar, tenho, de fato, conversado com Deus? Ainda que Deus esteja sempre disposto a ouvir nossas orações, não há dúvidas de que a oração feita de forma consciente e voluntária é frutuosa: “Vocês me procurarão, e me encontrarão se me buscarem de todo o coração” (Jr 29, 13).
Os próximos títulos da coleção Apontamentos sobre a Oração são: “Rezar com os Salmos”, “A oração de Jesus”, “Rezar com santos e pecadores”, “As parábolas da oração”, “A Igreja em oração”, “A oração de Maria e dos santos”, “A oração que Jesus nos ensinou: Pai Nosso". Que este Ano da Oração seja de bom proveito para todos crescermos em intimidade com o Pai.