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Mês da bíblia

Carta aos Efésios: que grande bênção!

Carta as Efésios: Tirando o começo e o final, percebe-se que não tem as características de carta, mas de homilia, pregação.
 |  Pe. José Bortolini  |  Diocese

Apresento-lhes a Carta aos Efésios. Tirando o começo e o final, percebe-se que não tem as características de carta, mas de homilia, pregação. Mas estamos tão acostumados a chamá-la de carta, que vamos continuar chamando-a assim. A expressão “...que estão em” caracterizava os destinatários. Explicando melhor: deve ter sido um texto circular (várias cópias) a todas as comunidades perto de Éfeso. No começo, onde nós colocaríamos lugar e data, havia um espaço onde se acrescentava o nome da igreja à qual a carta se destinava. E a cópia que atravessou os séculos e veio bater à nossa porta, no espaço deixado em branco foi aquela que a igreja de Éfeso conservou e transmitiu. Isso não é tão importante. Mas graças a Deus uma cópia chegou a nós. Foi escrita para nós. Muito obrigado! A primeira palavra que aparece é Paulo. Mas há muita diferença entre o modo de escrever e seus temas, comparado com o modo de Paulo escrever. Mas deixa pra lá. Estamos tão acostumados a dizer “Carta de São Paulo aos Efésios...”.

A carta começa com a grande bênção que Deus Pai nos concedeu por meio de Jesus Cristo. Concedeu aos judeus e aos não judeus, formando um único corpo, do qual Cristo é a cabeça. Costumamos chamar esse corpo de Igreja.

Vamos ver de perto como está organizada a grande bênção. Há uma introdução, capaz de abrigar todas as coisas boas que Deus realizou para nós na pessoa de Jesus Cristo.

Introdução. Bendito seja Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo. Ele nos abençoou com toda bênção do seu Espírito em virtude de nossa união com Cristo, no céu.

1ª bênção: Em Cristo, ele nos escolheu, antes da fundação do mundo, para que sejamos santos e irrepreensíveis sob o seu olhar, no amor.

2ª bênção: Ele nos predestinou para sermos seus filhos adotivos
por intermédio de Jesus Cristo, conforme a decisão da sua vontade, para o louvor da sua glória e da graça com que ele nos cumulou no seu Bem-amado.

3ª bênção: Pelo seu sangue, nós somos libertados. Nele as nossas faltas são perdoadas, segundo a riqueza da sua graça, que Deus derramou profusamente sobre nós, abrindo-nos a toda a sabedoria e prudência.

4ª bênção: Ele nos fez conhecer o mistério da sua vontade,
o desígnio benevolente que de antemão determinou em si mesmo,
para levar à plenitude o tempo estabelecido e recapitular em Cristo, o universo inteiro: tudo o que está nos céus e tudo o que está sobre a terra.

5ª bênção: Nele, predestinados pelo propósito daquele que tudo opera segundo o conselho de sua vontade, fomos feitos sua herança, a fim de sermos para o louvor e glória, nós, que já antes de vós, esperamos em Cristo.

6ª bênção: Nele, também vós, tendo ouvido a palavra da verdade –, o evangelho da vossa salvação – e nela tendo crido, fostes selados pelo Espírito da promessa, o Espírito Santo, que é o penhor da nossa herança, para a redenção do povo que ele adquiriu para o seu louvor e glória.    Quem aprende a grande bênção aprendeu a mensagem da carta. A Igreja é fruto de pacificação universal, reconciliando a humanidade, que o povo judeu dividia em dois: os judeus de um lado, os pagãos, isto é, os não judeus, do outro. A imagem mais significativa é a do muro no templo de Jerusalém, que separava o pátio dos judeus do pátio dos pagãos. Se um pagão ousasse ultrapassar esse muro, penetrando no pátio dos judeus, certamente morria. Cristo, com sua morte e ressurreição, pacificou a humanidade, fazendo surgir a Igreja, seu corpo.

No capítulo 3, Paulo mostra como foi chamado por Deus, para ser anunciador desse mistério, a formação do corpo de Cristo, do qual ele é a cabeça.

Na exortação final, o autor usa a imagem do soldado totalmente armado contra os inimigos, representando que para o cristão, a vida é combate permanente. Interessantes ainda são as normas de moral doméstica, regulamentando todas as relações dentro de uma família.