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Festa da padroeira

Fé, Devoção e emoção na Festa de Nossa Senhora do Carmo

Paróquia da Forania São Luiz, celebrou solenemente o Dia da Padroeira com Missas, imposição do escapulário e muitas expressões de amor e devoção dos fiéis.
 |  Erickson Silva  |  Diocese

Com mais de uma hora de antecedência para as 20 horas, horário marcado para a Missa Solene em honra a Nossa Senhora do Carmo, a igreja matriz da referida paróquia, localizada em frente ao Metrô Capão Redondo, já estava repleta de fiéis que aguardavam o início da celebração, que coroou uma jornada de nove dias em preparação à Solenidade da Padroeira, no último dia 16 de julho.

A Eucaristia foi presidida por Dom Luiz Antônio Guedes, Bispo Emérito, e concelebrada pelo padre Frei André Ferreira de Souza, pároco, pertencente à Ordem dos Mínimos de São Francisco de Paula, ordem responsável pelo cuidado pastoral da paróquia praticamente desde a sua criação, em 1955. Mais cedo, às 9h, outra Missa foi celebrada em honra à Virgem do Monte Carmelo.

Acolhida e Entrada Solene de Nossa Senhora

No início da Celebração Eucarística, Frei André acolheu a todos os presentes, tanto paroquianos (da Matriz e das Comunidades São Francisco de Paula e São Pedro e São Judas, que compõem a paróquia) quanto devotos vindos de diferentes regiões da diocese. “Acolhemos também o nosso Bispo Emérito, Dom Luiz, que nos dá o carinho de sua presença nesta noite”, completou o pároco, criando, assim, um ambiente propício à oração.

Em seguida, o sacerdote convidou todos os presentes a voltarem o olhar para a entrada principal da igreja, onde o andor com a imagem de Nossa Senhora do Carmo, belamente adornado para a ocasião, já estava pronto para adentrar o templo e receber o carinho e a veneração dos fiéis.

A imagem da Virgem foi solenemente entronizada ao toque de instrumentos de sopro e ao som da Ave Maria, em um momento que emocionou e prendeu a atenção de todos. Uma verdadeira guarda de honra foi responsável por conduzir o andor até o seu patamar, que é novo e foi abençoado pelo pároco no início do novenário.

Enquanto Nossa Senhora era conduzida, calmamente, ao seu lugar de destaque, os presentes dirigiam a ela o seu olhar confiante, em um momento de ternura entre a Mãe e seus filhos. Sob aplausos, a Senhora do Carmo foi colocada em seu patamar e incensada por Dom Luiz, que deu sequência à celebração.

Maria: presença materna na Igreja e modelo perfeito para todo discípulo de Cristo

A Missa prosseguiu como de costume e, no momento da homilia, Dom Luiz ressaltou aspectos importantes relacionados à presença de Maria na vida da Igreja, em todos os tempos. Ao comentar a leitura dos Atos dos Apóstolos, que mostra a Mãe de Jesus unida em oração aos discípulos, aguardando a vinda do Espírito Santo em Pentecostes, o Bispo emérito explicou a importância de que aqueles que aderem a Cristo caminhem em unidade, tendo a oração como fio condutor e sustento.

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Dom Luiz, bispo emérito, em momento de homilia. — Imagem: Pascom Paroquial.

“Maria esteve presente ao longo de toda a vida de Jesus. Ninguém melhor do que ela conhece o Filho, por isso, está presente também no início da Igreja, para amparar os discípulos no começo da sua missão de anunciar a todos o Evangelho”, destacou.

Refletindo depois sobre o Evangelho de S. Mateus, na passagem em que os discípulos informam a Jesus que “sua mãe e seus irmãos estão aí fora e querem falar contigo” (capítulo 12, versículos 46-50), Dom Luiz explicou que, ao contrário do que possa parecer, o Senhor não foi indiferente à sua Mãe, como uma leitura superficial do texto pode dar a entender. “Maria cumpriu plenamente a vontade do Pai, aceitando conceber o seu Filho Amado, Jesus, nosso Salvador. Por isso, é indicada por Ele como modelo perfeito para todo aquele que quer ser discípulo do Senhor”, esclareceu o bispo. “Antes de concebê-lo em seu ventre, Maria concebeu Jesus na mente e no coração”, completou.

O Monte Carmelo e a devoção a Nossa Senhora

Durante a homilia, Dom Luiz também falou sobre o significado do Monte Carmelo e sua relação com a devoção a Nossa Senhora. Explicou que o referido monte fica em Israel e que, no Antigo Testamento, era símbolo da defesa da fé no Deus verdadeiro. “Ali, o Profeta Elias invocou o Senhor diante dos sacerdotes de baal, ou seja, daqueles que serviam aos ídolos. E naquela ocasião, Deus mostrou o seu poder diante de todos”, recordou, fazendo referência à passagem que está no Primeiro Livro dos Reis.

“Muito tempo depois”, continuou, “alguns eremitas se estabeleceram no Monte Carmelo para se dedicar a uma vida mais intensa de oração, consagrando a sua comunidade à proteção da Mãe de Jesus. Esta é a origem da Ordem dos Carmelitas e da invocação da Virgem Maria com o título de Nossa Senhora do Carmo ou do Monte Carmelo”, detalhou Dom Luiz.

Os primeiros carmelitas foram, posteriormente, expulsos do monte e começaram a fundar mosteiros em outras regiões. No ano de 1251, o então superior da Ordem Carmelitana, São Simão Stock, rezava insistentemente a Nossa Senhora para que viesse em auxílio de sua família religiosa, em um momento de perseguição. A Virgem respondeu às orações e, numa aparição ao santo, em 16 de julho daquele ano, mostrou-lhe o escapulário (originalmente, uma peça de tecido marrom que pendia pela frente e pelas costas), apresentando-o como sinal de sua especial proteção.

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À medida que os séculos passaram, o escapulário popularizou-se: primeiro, entre os carmelitas, mas também entre os fiéis, que igualmente reconhecem neste sacramental um símbolo da presença amorosa e materna de Nossa Senhora. O formato mudou, para tornar o uso mais prático: hoje, os escapulários são compostos de duas pequenas estampas - da Virgem do Carmo, em uma ponta, e do Sagrado Coração de Jesus, em outra - unidas por um cordão, mas o seu significado espiritual permanece inalterado.

Todos esses aspectos históricos e devocionais também foram explicados por Dom Luiz em sua homilia, acompanhada atentamente pela assembleia.

Ânimo renovado para continuidade da missão 

Ao término da Celebração Eucarística, padre André agradeceu novamente a presença de todos e também a de Dom Luiz, acrescentando que a Festa da Padroeira é ocasião para renovar a Fé e fortalecer o ânimo de todos na missão paroquial. “Terminada a festa, fica a expectativa para que possamos fazê-la ainda melhor no próximo ano”, encorajou o pároco, que aproveitou a oportunidade para externar a sua gratidão a todos os paroquianos e voluntários que se doaram, tanto durante a Novena quanto nos dois finais de semana de quermesse promovidos pela paróquia. Ano a ano, a Festa atrai um público maior e já é tradicional na região do Capão Redondo.

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Festa da padroeira, Nossa Senhora do Carmo, em frente a Igreja matriz. — Imagem: Pascom Paroquial.

Antes da Bênção Final, os fiéis se “despediram” da Virgem do Carmo novamente ao som da Ave Maria, cantada agora em espanhol. Em seguida, Dom Luiz abençoou os escapulários e a assembleia reunida. Após a Missa, os “bentinhos” (como também são chamados estes sacramentais marianos) foram entregues a todos os fiéis que quisessem recebê-lo.

Terminada a Eucaristia, muitos ainda permaneceram em oração na igreja, sobretudo, diante da coluna que abriga a imagem de Nossa Senhora do Carmo, rodeada de flores, numa bonita alusão àquilo que significa a palavra “Carmo”: jardim, do qual a Virgem Maria é a mais bela flor.