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Missa do Crisma

Missa do Crisma e renovação das promessas sacerdotais reúne centenas de padres e fiéis leigos na Catedral

Dom Valdir José de Castro, ssp, presidiu pela 1ª vez a cerimônia da Missa do Crisma na Catedral Sagrada Família. Nesta celebração tradicionalmente o clero diocesano renova as promessas sacerdotais, a quem o bispo dirigiu especial atenção durante a homilia.
 |  Andrea Rodrigues  |  Diocese

Centenas de padres da Igreja Particular de Campo Limpo se reuniram na Catedral Sagrada Família, na quinta-feira, 06 de abril, para a Missa do Crisma e renovação das promessas sacerdotais de 2023. A celebração foi presidida por Dom Valdir José de Castro, ssp, bispo diocesano. Além de todos os sacerdotes presentes, concelebraram os dois bispos eméritos da Diocese: Dom Emílio Pignoli, primeiro bispo diocesano e Dom Luiz Antônio Guedes, a quem Dom Valdir sucedeu há pouco mais de quatro meses.

A celebração teve início às 9h30 com uma longa procissão que tomou todo o pátio da catedral por mais de oito minutos. Dom Valdir, logo no início, agradeceu a presença de todos, inclusive dos irmãos leigos e leigas, povo sacerdotal: “Hoje nós ministros ordenados aqui reunidos, renovaremos nossas promessas sacerdotais, mas os leigos e leigas, representantes de tantas pastorais, formam o povo sacerdotal, do qual todos nós fazemos parte”. E salientou ainda que os presbíteros são chamados a viver em comunhão: “Bom ver grande parte do clero diocesano reunido, não somos padres isolados, somos todos parte de um mesmo presbitério, somos chamados a viver em comunhão”.

A Missa dos Santos Óleos acontece tradicionalmente na quinta-feira santa no período da manhã, onde os óleos dos enfermos e catecúmenos são abençoados e o óleo do Santo Crisma consagrado. 

Homilia

Durante a homilia, Dom Valdir convidou primeiramente os presbíteros a recordar sobre a motivação do sim, resposta de todos os ordenados à vocação recebida: “Todos os anos a Missa do Crisma nos convida a recordar que o sacerdócio ordenado é, antes de tudo, vocação.  Uma pergunta que eu faço para mim, para nós, é: Que padre eu pensei ser e que padre eu sou hoje? O que eu sonhava ser e o que eu sou agora? Teríamos tantas coisas para aprofundar neste dia, mas eu gostaria de destacar um aspecto que nós já começamos a refletir em outros momentos: que somos chamados a ser homens de relação, de proximidade, de contato, de comunicação”.

E questionou ainda: “Qual é e como está a minha relação com Jesus Bom Pastor? Ele quem nos chamou. Com a ordenação presbiteral fomos chamados a compartilhar a mesma missão de Cristo. Podemos inventar muita coisa, mas fomos chamados e hoje renovamos os comuns compromissos sacerdotais, não olhando apenas o externo da missão, mas entrando dentro da missão de Jesus, não fazendo apenas aquilo que se quer, mas aquilo que Ele nos pede, como ouvimos no Evangelho: ‘Me consagrou com a unção para enviar a Boa Nova aos pobres, me enviou para proclamar a libertação aos cativos e aos cegos a recuperação da vista, para libertar os oprimidos e para declarar o ano da graça do Senhor’”.

Que padre eu pensei ser e que padre eu sou hoje? O que eu sonhava ser e o que eu sou agora?

Dom Valdir José de Castro, ssp.

O bispo falou também sobre a identidade dos presbíteros: “A nossa identidade a gente constrói na oração, no dia a dia, na relação com Deus, consigo mesmo e com os outros. Construímos em tudo o que a gente comunica também no mundo digital. Qual é a imagem que eu passo como padre nas redes sociais e a imagem que eu passo no contato com as pessoas? Às vezes a gente vê padre que é uma coisa quando está rezando a missa e outra quando está nos diversos outros ambientes. Será que a gente é padre só quando está vestido de casula e com a estola? A identidade tem a ver com o nosso modo de ser. Não estamos dizendo aqui que o padre tem que ser perfeitíssimo, Deus não escolheu anjos, mas Jesus assumiria certas posições, no mundo digital e no mundo real. Ele seria alguém que criaria comunhão ou divisão? É preciso pensar”.

A relação com o Povo de Deus foi mais um dos pontos de destaque da homilia: “A nossa relação com o povo de Deus, a qual somos chamados a servir, como está? A exemplo de Jesus Bom Pastor e unidos na diversidade de dons, somos chamados a ter um coração pastoral, o que supõe amor ao ‘seu’ povo, atendendo a todos nas necessidades espirituais e materiais. O Papa Francisco diz que quando nos deixamos impregnar pelo cheiro das ovelhas, mas também, quando pela força do nosso ministério, as pessoas confiadas à nossa responsabilidade são impregnadas do odor da nossa unção sacerdotal, nos tornamos bons pastores”.

E continuou a reflexão: “Lembremos que somos presbíteros, mas filhos e membros de um povo sacerdotal. Temos a grande responsabilidade de cuidar do povo, como nos recorda a carta de São Pedro, que creio que já lemos muitas vezes, mas que hoje é válido recordar: ‘Cuidem do rebanho de Deus que lhe foi confiado, não por imposição, mas de livre e espontânea vontade como Deus o quer. Não por causa de lucro sujo, mas com generosidade. Não como donos daqueles que lhe foram confiados, mas como modelo para o rebanho. Desse modo, quando aparecer o supremo Pastor, vocês vão receber a coroa da glória que não murcha’”.

Concluiu a homilia rogando a proteção de Maria, mãe de todos os sacerdotes: “Maria, a mãe dos sacerdotes, nos ajude a ser não só proclamadores da Palavra, mas ser Palavra de Deus encarnada no meio do povo, não só presidentes da Eucaristia, mas pão partilhado para a vida do mundo, não só administradores do sacramento da reconciliação, mas verdadeiros ministros da reconciliação, verdadeiros artesãos de comunhão entre nós presbíteros e como Povo de Deus”.

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Durante a homilia, Dom Valdir exortou padres a meditarem sobre como têm correspondido à vocação recebida . — Imagem: Andrea Rodrigues.

Renovação das promessas sacerdotais

A missa dos Santos Óleos também é chamada de Missa da Unidade e nesta celebração, os sacerdotes se reúnem com o seu bispo para renovar as promessas sacerdotais que foram proferidas no dia da ordenação sacerdotal. Eles reafirmam o compromisso de servir o Povo de Deus, em conformidade com o ministério que foi outorgado por Jesus Cristo, que fez deles sacerdotes para Deus Pai.

Ainda na homilia, dirigindo-se aos padres, Dom Valdir destacou a necessidade da união entre os presbíteros: “Quando recebemos o sacramento da ordem, não foi para viver de uma forma individualista, mas para integrar o corpo eclesial. Não existe padre isolado, não tem sentido, a vocação presbiteral é vivida dentro da Igreja e a Igreja somos nós, caminhamos juntos. A resposta foi pessoal, mas o compromisso foi de exercer o sacerdócio dentro de um corpo, cuja cabeça é Jesus”.

Quando recebemos o sacramento da ordem, não foi para viver de uma forma individualista, mas para integrar o corpo eclesial. Não existe padre isolado, não tem sentido, a vocação presbiteral é vivida dentro da Igreja e a Igreja somos nós, caminhamos juntos.

Dom Valdir José de Castro, ssp.

“Jesus não foi um evangelizador solitário, primeiramente sempre em comunhão profunda com o Pai, o Espírito Santo, depois sempre no meio dos doze, da multidão. Somos chamados a caminhar juntos! Precisamos nos esforçar na comunhão, apesar das nossas diferenças, buscar a unidade. Nosso compromisso exige amor, compaixão, valorização da comunicação entre nós, que supõe uma escuta atenta do outro. Falar com verdade, acolher, perdoar, ajudar o irmão a curar as feridas, pedir ajuda também ao irmão quando a gente sente ferido”, pediu o bispo.

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Dom Valdir durante rito de renovação das promessas sacerdotais  . — Imagem: Marcus Simi.

Entrada dos santos óleos

Dom Valdir, que está há quase cinco meses como bispo empossado em Campo Limpo, presidiu pela primeira vez esta cerimônia. Depois da renovação das promessas sacerdotais, o rito da bênção dos santos óleos teve início e o momento pôde ser acompanhado ao vivo pela transmissão nos canais diocesanos das redes sociais.

A missa dos Santos Óleos ou missa do Crisma, que na origem da palavra quer dizer ‘misericórdia’, como recordou dom Valdir, é uma celebração em que o bispo abençoa os óleos dos Catecúmenos e dos Enfermos e consagra o Santo Óleo do Crisma, que serão usados pelos próximos meses do ano litúrgico. 

Em uma belíssima procissão, as ânforas com os óleos foram entronizadas na catedral pelos seminaristas do Seminário Nossa Senhora Aparecida e apresentados ao bispo. O óleo santo consiste em uma mistura de azeite extra-virgem comum e essências de perfumes.

Antes de proferir as orações dom Valdir destacou: “Nós vamos abençoar o óleo do Catecúmenos e dos Enfermos e consagrar o óleo do Crisma, que simbolizam a força e a presença de Deus em nossa vida e de todos aqueles que vão receber os sacramentos”.

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Juntamente com os padres, Dom Valdir realiza a consagração do óleo do Santo Crisma. — Imagem: Andrea Rodrigues.

Convite a uma Santa Páscoa

A liturgia eucarística ocorreu como de costume e no encerramento da celebração, Dom Valdir pediu aos fiéis presentes que neste dia e nos demais rezassem pelos padres: “Vocês rezam por nós, nós rezamos por vocês, para que todos tenham força e coragem para continuar a missão de propagar a Palavra de Deus para todos aqueles que esperam e confiam nela”. Antes da bênção final desejou uma santa e feliz páscoa a todos.

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Dom Valdir cumprimenta padre Kieran Ridge, da paróquia São João Batista. — Imagem: Andrea Rodrigues.

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