Padre Jaime Crowe se despede do Brasil depois de mais de 50 anos de evangelização no Brasil
Padre Jaime Crowe e Eduardo Macgettrick se despedem do Brasil depois de mais de 50 anos de evangelização, mais de trinta deles, dedicados ao bairro do Jardim Ângela, território diocesano muito marcado pela violência e pobreza nos anos 80 e 90.
Padre Jaime Crowe e Eduardo Macgettrick se despedem do Brasil depois de mais de 50 anos de evangelização, mais de trinta deles, dedicados ao bairro do Jardim Ângela, território diocesano muito marcado pela violência e pobreza nos anos 80 e 90.
Padre Jaime Crowe, 73 anos, um irlandês que vive no Brasil há mais de 50 anos, de sorriso fácil, sotaque ainda bem carregado e ferrenho torcedor do Corinthians, percebeu logo que chegou à Paróquia Santos Mártires, em 1987, a necessidade de combater os mecanismos de exclusão no bairro. Desde então a paróquia tem sido o espaço de ações sociais para a comunidade que vão da assistência ao empreendedorismo.
Divide toda tarefa com padre Eduardo J. Macgettrick (71 anos) – um irlandês muito bem humorado –, a tarefa de evangelizar e administrar os sacramentos e celebrar as missas nas cinco comunidades pertencentes à Paróquia Santos Mártires, além de participarem ativamente e de perto das atividades dos projetos da Sociedade Santos Mártires (ONG sem fins lucrativos).
Criou a Sociedade Santos Mártires fundada em 1988, que é uma associação civil sem fins lucrativos que se especializou em abrigar as demandas da população do Jardim Ângela e região, carente de estruturas assistenciais, os projetos vão da assistência ao empreendedorismo.
Padre Jaime nunca escondeu sua militância e atuação em frentes políticas em que acredita e cobra com veemência as autoridades públicas. Promoveu, inúmeras passeatas e bateu em portas de gabinetes para cobrar melhorias prometidas. Em 1996 ajudou a criar o Fórum em Defesa da Vida, uma iniciativa da sociedade civil organizada e que está abrigada nas dependências da Santos Mártires, com reuniões mensais, que reúnem diversos representantes da comunidade e membros de instituições públicas e privadas para debate e levantamento das necessidades da região.
Padre Jaime já recebeu muitos prêmios, sendo o último deles o Prêmio Dom Paulo Evaristo Arns de Direitos Humanos, em 2016, mas faz questão de deixar claro: “não faço nada sozinho, somos todos responsáveis”, enfatiza sem se gloriar e orgulhoso de todos que o rodeiam.
Decididos a voltar para a terra natal – por questão de idade - deixarão saudade, mas também deixam suas marcas de esperança, fé e caridade nesta porção do povo de Deus do Jardim Ângela e adjacências para sempre.
A diocese de Campo Limpo e o seu clero agradece por todo o serviço ao Reino de Deus prestado neste território. Que a Sagrada Família os abençoe!
Leia na íntegra a carta onde os dois padres se despedem do Brasil, clique aqui.
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