Pastoral da Saúde, presença samaritana da Igreja
A assistência aos enfermos, como organização Pastoral no Brasil, teve um olhar de esperança em 1922 com a chegada dos religiosos Camilianos. Juntou-se a eles um grupo de jovens brasileiros que, após um período de formação, assumiram a vida religiosa e o ministério junto aos doentes. Assim, se desenvolveu o trabalho da Pastoral da Saúde, que no início foi conhecida como Pastoral do Enfermo.
Em 09 de Maio de 1986, a Pastoral da Saúde foi instituída oficialmente como uma das Pastorais Sociais da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), sendo organismo de ação social e sociedade cívico-religiosa, organizada por tempo indeterminado e com sede itinerante (acompanha o coordenador nacional), sem fins lucrativos, legalmente constituída por Estatuto e Regimento interno próprios. Desenvolve o seu trabalho em três áreas de atuação: Solidária, Comunitária e Sócio-Transformadora.
A Pastoral da Saúde é toda a ação do povo de Deus comprometido em acolher, promover, cuidar, educar, defender e celebrar a vida humana. É a ação libertadora de Cristo presente no mundo na área da saúde. Ela acontece em domicílios, hospitais, asilos, creches, escolas, associações de bairro, sindicatos, conselhos de saúde, ou seja, em todo lugar que se importa com a saúde.
A Pastoral da Saúde foi fundada na Diocese de Campo Limpo durante episcopado de Dom Emílio Pignoli pela senhora Martha Rigamonti Trevezam. Na década de 90, Dona Martha iniciou os trabalhos de ações comunitárias, visitações nos hospitais, reuniões e farmácias alternativas nas paróquias.
A primeira formação Diocesana que se tem registro ocorreu em 1992 e teve como temática a Cólera. Já em 1993, a primeira farmácia alternativa foi criada na paróquia Nossa Senhora do Rosário, em Embu das Artes - SP. Dona Martha visitava as paróquias antes dos encontros diocesanos, convidando pessoalmente os agentes da pastoral de cada região episcopal para participar dos encontros formativos.
Neste período a pastoral da Saúde contava com a ajuda do padre Décio Fogagnolli, ordenado em 1997 e atualmente na Diocese de Itapetininga. Ele exercia a função de Capelão Diocesano e Diretor de Pastoral da Saúde da Diocese de Campo Limpo, auxiliando e sendo um grande apoio para a dona Martha. Participava nos hospitais em visitas aos enfermos e celebrações de conforto espiritual a muitos. Padre Décio contribuiu com a pastoral através do seu conhecimento e especializações, como o curso que havia realizado de Agente da Pastoral da Saúde pela Faculdade São Camilo e o estágio de Capelão Hospitalar no HC/USP.
Na atual coordenação diocesana está Maria Benícia Alves de Russo, que assumiu em meados de 2014, e como assessor, o padre Marco Antônio Schettini. Em sua gestão, Benícia propõe seguir os passos de Martha Rigamonti, com quem aprendeu sobre a pastoral no início de sua experiência. Hoje, a Pastoral da Saúde promove visitas hospitalares, formações, campanhas, ações solidárias - como doações de leite, cama, cadeira de banho, fraldas geriátricas, remédios, materiais para curativos etc. Além disso, promove-se reuniões de dois em dois meses com os agentes e representantes das foranias, nas quais os representantes da pastoral são incentivados a participar ativamente das discussões e atividades do Sistema Único de Saúde e promover o diálogo nas Unidades Básicas de Saúde. A Pastoral da Saúde também está presente nos Congressos Nacionais, Romarias a Aparecida e Celebrações Eucarísticas em comunhão com a Santa Igreja e com o povo de Deus.
O mês de julho é especial para a Pastoral da Saúde, pois no dia 14 celebra-se o seu padroeiro, São Camilo de Lellis. Nasceu em 25 de maio de 1550, na Itália, em um berço católico. Aos 20 anos de idade ele se encontrou com o carisma franciscano e posteriormente descobriu que tinha um tumor incurável, a partir desse momento nasce a Ordem dos Ministros dos Enfermos e assim decidiu dedicar sua vida aos doentes. São Camilo inspira os agentes da Pastoral da Saúde, pois mesmo ferido se empenhou em cuidar das feridas dos necessitados.
“Os doentes são a pupila e o rosto de Deus” – São Camilo de Lellis.