Diocese de Campo Limpo dá os primeiros passos para a retomada da Pastoral da Moradia e Favela

Entre os dias 24 e 27 de abril, a Pastoral da Moradia e Favela realizou, em São Conrado (RJ), o Encontro Nacional para articuladores e articuladoras, promovido pela Comissão Episcopal para Ação Sociotransformadora da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O evento reuniu representantes de dioceses, arquidioceses e comunidades em todo o país com o objetivo de fortalecer a organização da pastoral e planejar ações futuras, especialmente em vista da Campanha da Fraternidade 2026, que terá como tema “Fraternidade e Moradia”.
Representando a Diocese de Campo Limpo, o padre Antônio Ferreira Gonçalves, pároco da Paróquia Cristo Rei, no Parque Fernanda, participou do encontro. Ele destacou que sua paróquia já vivencia uma atuação concreta nessa temática por meio da associação Povo em Ação, presidida por Adélio Villalba Martinez, que há mais de 40 anos luta por moradia digna para a população local. Adélio também integrou a delegação da diocese no Encontro Nacional. A partir dessa experiência, o padre Ezaques Tavares, Coordenador Diocesano de Pastoral, convidou padre Antônio para retomar e coordenar a Pastoral da Moradia e da Favela na diocese.
Segundo padre Antônio, o processo de articulação é fundamental para consolidar a pastoral: “Sabemos que esse trabalho por moradia acontece em diversas paróquias na diocese, mas ainda não tem caráter oficial de Pastoral da Moradia e Favela. Agora estou à frente dessa articulação para unir os articuladores e articuladoras. Vamos procurar essas lideranças e seguir com esse trabalho com a Igreja e como Igreja. É um trabalho muito desafiador. Ao longo desses dias nesse congresso, pude perceber a amplitude desses trabalhos e os grandes desafios, mas também saio com muita esperança para seguir em frente”.
A programação do evento incluiu mesas de debate, partilhas regionais e celebrações. No dia 25, o destaque foi a mesa “Cenários do direito à moradia e à cidade: violações, desafios, lutas e instrumentos”, com a participação da urbanista e pesquisadora Ermínia Maricato. Também houve momentos de escuta e troca de experiências entre as equipes da pastoral espalhadas pelos territórios.
No sábado (26), os participantes assistiram ao documentário “A Favela do Papa”, sobre a resistência dos moradores do Vidigal contra as remoções forçadas na década de 1970. A exibição contou com a presença de moradores da comunidade. No domingo, encerrando o encontro, foi celebrada a Eucaristia na Rocinha, presidida por dom Manoel Ferreira dos Santos Júnior, bispo de Registro (SP) e referencial da Pastoral da Moradia e Favela na CNBB.
A Pastoral da Moradia e Favela nasceu como desdobramento da 6ª Semana Social Brasileira (2020–2023) e está alinhada com o projeto “O Brasil que queremos, o Bem Viver dos Povos”. A iniciativa busca mobilizar igrejas e sociedade civil em torno de políticas públicas voltadas à superação das desigualdades sociais e à garantia do direito à moradia digna.