Festa da Unidade Diocesana: Partilha e comunhão no encerramento da fase diocesana do sínodo
No domingo em que a Igreja celebrou o dia de Pentecostes, a Diocese de Campo Limpo marcou o encerramento do processo de Escuta Sinodal com a Festa da Unidade no Ginásio de Esportes em Itapecerica da Serra, município que fica na grande São Paulo e compreende uma grande parte do território diocesano.
Desde muito cedo, pessoas de todas as foranias, mesmo com os pouco mais de 15 graus que fazia às 8 horas da manhã, foram chegando e se acomodando para aproveitar a festa. O evento, programado para ser realizado todos os anos, não acontecia desde 2019, quando a Diocese completou 30 anos, tudo em virtude do isolamento social provocado pela pandemia do COVID-19, que impediu a realização de qualquer evento por dois anos.
“Com a volta gradual, desde o início do ano, de todos os eventos de grande porte, ficamos animados em reunir o povo de Deus e desde março, uma comissão diocesana tem se empenhado para esta festa, o sentimento hoje é de gratidão”, comentou ao chegar para a festa o Coordenador Diocesano de Pastoral, padre Marcos Joaquim Patrício.
E era exatamente isso: aproveitar a data para louvar, rezar e estar reunidos como igreja, que os participantes queriam. Para Maria Adélia, 51, estar presente com a sua família foi um presente de aniversário: “Há muito tempo não me deixavam ir a lugares cheios, pedi de presente que meus filhos e marido estivessem comigo no dia de Pentecostes, meu aniversário e aqui, para render graças e cantar a beleza de ser católico”.
Bem cedo, já era possível ouvir os primeiros acordes dos instrumentos que conduziriam os corações a um verdadeiro derramar do Espírito e não faltou animação, oração e música. Além de uma banda com cantores das diversas regiões da Diocese, o cantor católico Davidson Silva, Comunidade Shalom, fez uma belíssima apresentação com músicas conhecidas do público e uma espiritualidade empolgante.
Padre Rodolfo Camarotta, presbítero diocesano e pároco na paróquia Sagrada Coração de Jesus, forania São Luiz, animou o evento com todo o seu carisma e conduziu ao lado de Davidson Silva a Adoração ao Santíssimo Sacramento.
“Foi um momento especial, de grande importância para todos nós este momento de ‘estar’ com o Senhor. Rezar pelas nossas famílias, nossos padres e paróquias, pela Diocese, como foi intencionado na oração pelo padre Rodolfo, é algo que devemos fazer diariamente”, disse emocionada a jovem de 19 anos, Aline Caetano.
A Santa Missa aconteceu às 15 horas, e cerca de quatro mil pessoas, além de cerca de 50 padres diocesanos e religiosos e alguns diáconos estiveram presentes. Momentos antes da procissão de entrada, uma comissão de jovens de diversas pastorais organizou um cerimonial para o encerramento da fase diocesana do sínodo. Dois representantes de cada paróquia da Diocese, seguidos por bailarinos voluntários, carregaram a lamparina acessa e a bandeira paroquial, depositando a lamparina na árvore enquanto o balançar das bandeiras, em um bonito bailar pelo pátio do ginásio, davam o tom de irmandade.
Durante a homilia, ao falar da Solenidade de Pentecostes, Dom Luiz mencionou que este dia era um dia para todos os cristãos lembrarem-se do seu compromisso com Jesus: “Precisamos viver aquilo que Jesus nos comunicou, aquilo que Deus nos deu, o dom da fé, da esperança, da caridade”. E falou sobre a importância da Festa da Unidade para o encerramento da fase diocesana de escuta do Sínodo: “Em Pentecostes, com a Festa da Unidade, encerramos a primeira etapa do Sínodo que o Papa Francisco convocou, que prossigamos dando ‘ouvidos’ ao próximo. Somos todos irmãos, salvos pelo mesmo Senhor, e devemos acolher uns aos outros naquilo que cada um também recebeu, porque é Deus quem dá os dons, os carismas e as qualidades; não necessariamente aquilo que é sobrenatural, mas aquilo que vem da nossa própria natureza”.
Antes da benção final, o Coordenador de Pastoral, padre Marcos Joaquim Patrício anunciou a data da próxima Festa da Unidade, no quarto domingo do mês de maio de 2023.
Processo de Escuta Sinodal
Ao entrar no ginásio todos podiam avistar a árvore sinodal, símbolo da fase de escuta diocesana. A árvore, usada pela primeira vez na abertura do processo de escuta da diocese, em 17 de outubro de 2021, carrega em seus galhos 110 lamparinas que representam os frutos desta porção do povo de Deus, cada uma de suas paróquias. Para a Festa da Unidade foi acrescentada uma pomba representando a unidade dos cristãos e que a Igreja, em Pentecostes, de modo especial, é impulsionada na missão através do Espírito Santo, recebendo a força que renova todas as coisas.
A Diocese de Campo Limpo, em atenção ao processo de escuta, realizou também, através da equipe para o sínodo diocesano, encontros em diversas paróquias pertencentes as nove foranias que a compõe (Campo Limpo, Embu, Itapecerica da Serra, M’boi Mirim, Mirim-Guaçu, Morumbi, São José, São Luiz e Taboão da Serra), além da Santa Missa em cada uma delas, com o como objetivo de ouvir também os movimentos e grupos pertencentes à Igreja.
Em todas as celebrações uma réplica em tamanho menor da árvore sinodal esteve presente e este virou o símbolo desta contribuição diocesana ao apelo de ‘escutar’ pedido pelo Papa Francisco. A finalização só ocorrerá com a Assembleia dos Bispos em 2023, onde será apresentada a partilha deste processo realizado em Campo Limpo e no mundo inteiro.
Muitas paróquias aproveitaram a oportunidade e junto ao encontro sinodal realizaram assembleias, retiros, momentos de espiritualidade, orações e reflexões sobre os questionamentos sinodais.
Na Diocese, o processo da escuta recebeu até o dia 31 de maio 41 relatórios. Durante o evento, parte da equipe sinodal diocesana falou sobre o processo ponderando sobre sínodos anteriores, o antes, o durante e a finalização desta fase diocesana. O processo ainda não foi finalizado, mas cumpriu a meta desejada de envolver o maior número de pessoas no processo sinodal. O relatório final será entregue para a CNBB (Conferência dos Bispos do Brasil) até o último dia do mês de julho.
Exposição Vocacional
A Exposição Vocacional e Pastoral foi um grande espaço de convivência e uma pequena amostra dos diversos carismas da Igreja. A Feira ofereceu atrações e explicações sobre pastorais, movimentos e vocação, além de momentos de intensa espiritualidade, com religiosos e religiosas
Segundo os participantes, o espaço é um momento importante dentro da Festa da Unidade para a divulgação dos carismas. “A exposição abre espaço também para os jovens pensarem sobre vocação”, disse Guilherme Borges, seminarista diocesano.
Para Dom Luiz, o espaço dos expositores mais uma vez cumpriu o papel de comunicar os mais diversos carismas aos fiéis cristãos católicos da diocese. “Uma iniciativa sempre muito boa. Temos o dever de comunicar os carismas e o serviço de animação vocacional e pastoral diocesano”, elogiou.
Os expositores chegaram bem cedo e às 8 horas da manhã já era possível visitar os estandes, onde a acolhida e a recepção foram sentidas em cada parada. O espaço funcionou até as 14 horas para que todos participassem da Santa Missa.
Mesmo na exposição o Sínodo se fez presente: através de um dos estandes foi possível participar do processo de escuta sinodal. Através de um formulário online e contando com o apoio e orientações de uma equipe, os participantes da festa tiveram a oportunidade de responder as perguntas que fazem parte do processo de ouvir os anseios e impressões dos fiéis.